FIGURA: Pepe
O pós-título recupera uma manchete antiga do Maisfutebol, dos tempos da primeira passagem do central pelo Dragão. Faz todo o sentido. O defesa da máscara de ferro foi absolutamente perfeito e fez Darwin parecer um menino das camadas jovens, intimidado e sem saber onde se meter. Pepe ganhou tudo, fez tudo bem, de cabeça, pelo chão, nos duelos e até na proteção da profundidade. Aos 37 anos ganhou num par de vezes o sprint ao avançado que o Benfica descobriu em Granada e do qual dizem já ter dimensão para um grande das maiores ligas europeias. Pepe provou que não. 

MENÇÃO HONROSA: Marchesín
A parada ao remate de Grimaldo, logo a seguir ao golo de Sérgio Oliveira, foi decisiva. Pelo momento, pela espetacularidade, pela confiança que ofereceu ao quarteto defensivo. Aos 60 minutos voltou a ganhar o duelo com o espanhol, dessa vez num livre direto. Jogo imaculado, sem grande trabalho, a aparecer sobretudo nas saídas a cruzamentos e no jogo com os pés.

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Outros destaques:

Taremi
O iraniano é um especialista a conquistar penáltis. Calma, isto não é nenhuma observação negativa. O avançado sabe usar e colocar o corpo e, neste caso, o derrube de Vlachodimos é indiscutível. Bons pés, boa cabeça, bom conhecimento do jogo. Recuou, quis participar na partida, teve dois ou três bons apontamentos. Positivo.

Zaidu Sanusi
Evolução tremenda nas últimas semanas. Cada vez mais seguro, cada vez mais maduro e consciente da responsabilidade que acarreta ser defesa. O processo ofensivo era o ponto forte, mas atrás o nigeriano arriscava coisas impossíveis no futebol profissional. As lições de Conceição tiveram impacto quase imediato. Anulou Rafa com aparente facilidade. É o melhor dos elogios.

Corona
Entre a direita e o meio, o gingar inconfundível e a confiança ilimitada na bola e com a bola. O passe para Taremi no lance do penálti é soberbo, só ao alcance de Tecatito e de outros predestinados. Tal como é a assistência para o golo de Luis Díaz. Fugiu ao um para um com Grimaldo, refugiando o seu talento mais em espaços interiores e libertando o flanco para a velocidade de Manafá. Não foi mal pensado.

Sérgio Oliveira
Não está aqui pelo penálti marcado. Está pela estabildade dada ao jogo do FC Porto do princípio ao fim, bem acompanhado por Matheus Uribe. Sente o emblema como poucos e defende-o em qualquer circunstância. Nico Otamendi que o diga. Sérgio pegou-se com o argentino perto do fim e mostrou-lhe o emblema. Boa exibição de um médio cada vez mais influente na equipa. 

Otávio
Primeira parte apagada, segunda de grande nível. Começou a ser a formiguinha que ganha duelos a animais de maior porte e transportou logo o FC Porto para outro patamar.