Na Turquia como em Inglaterra: vitória tangencial e três pontos.

O botão Ricardo Horta voltou a ser ligado além-fronteiras e aliou-se ao trunfo Wilson saído do banco para manter o aproveitamento total longe do Minho no grupo K da Liga Europa.

O triunfo por 2-1 na Turquia, aliado aos mesmos números do Wolverhampton na Eslováquia, permitem à equipa de Ricardo Sá Pinto assumir a liderança isolada a meio do trajeto.

Competência, frieza, eficácia, solidariedade e, por fim, glória.

O primeiro golo surgiu num dos poucos erros crassos em jogo e em cima do intervalo. Já na reta final, o Besiktas conseguiu o empate, com origem no banco de suplentes, mas ali também moraria a receita minhota para o sucesso.

Poucos erros, sim, porque o jogo pautou pela responsabilidade em fechar espaços de parte a parte. Por outro lado, as rápidas transições foram o segredo do desequilíbrio. Do lado do Sp. Braga, por Ricardo Horta ou Galeno. No Besiktas, por Boyd e Ljajic. Os irrequietos de serviço.

Ainda assim, não foi por falta de pontaria que não houve mais golos. Ou mais cedo que o minuto 38, altura em que Ozyakup atrasou mal a bola para Vida, antes de Ricardo Horta completar a recarga a um remate de Galeno defendido por Karius.

Até aí e em todo o jogo, os ferros e a firmeza de Karius e Matheus foram detendo investidas. A exemplo, o chapéu de Boyd que beijou o poste ao minuto cinco, tal como o livre de Ljajic, já em cima do intervalo, travado pelo ferro.

O Sp. Braga entrara mais sereno e consistente com bola. Aguentou depois a resposta turca e ganhou confiança com o tempo: não foi pela atmosfera de Istambul que os minhotos tremeram.

Paulinho e Ricardo Horta deram os primeiros sinais a Karius, enquanto Matheus salvava lá atrás: que voo vistoso ao minuto 27, a evitar um autogolo que quase acontecia involuntariamente.

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Com espaço à frente, a equipa de Sá Pinto foi letal quando se pedia e quando podia e foi para o descanso na frente. Ricardo Horta é o abono de família europeu: sexto golo desde a fase preliminar.

No reatamento, a equipa de Abdullah Avci acercou-se mais do meio campo contrário. Mas lá estava um Sp. Braga que poucas vezes se desorientou e que podia ter marcado antes do 1-1: voou Karius, ao remate de Novais (53m).

Já depois de estrear o jovem de 18 anos Kartal Yilmaz esta época, Avci lançou o triunfo decisivo para o golo. Há quatro minutos em campo, Nayir igualou as contas ao minuto 71, após um cruzamento de Erkin que traiu a defensiva portuguesa.

Os últimos 20 minutos tiveram a emoção que amiúde faltou até então e o poste voltou a “salvar” o Sp. Braga. Ljajic, um dos melhores do Besiktas, desperdiçou um penálti aos 73 minutos, ao atirar ao poste, após falta de Pablo sobre si, mesmo no limite da grande área.

Respirava Sá Pinto no banco e os jogadores em campo. Depois do sufoco, Wilson e Agbo deram o poder de transição ofensiva que estava a morrer e que seria decisivo a sete minutos dos 90: Esgaio conduziu pela direita e serviu Galeno para um cruzamento perfeito que Wilson não desprezou na cara de Karius, para agarrar a vitória e o primeiro lugar.