O Japão pode respirar de alívio. Uma tarde frenética, de tirar o fôlego a japoneses, colombianos e senegaleses. A constante alteração no marcador dos dois jogos, permitiu à Colômbia passar em primeiro lugar - era terceira à entrada para a última ronda - acompanha pela seleção nipónica, salva pelo cartões.

Equilíbrio quase total entre Japão e Senegal, menos no critério do fair-play: 4-6 em cartões amarelos e apuramento nipónico. Uma eliminação inédita pela primeira vez na história dos Mundiais.

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Contudo, o cenário nem sempre foi risonho para a equipa de Nishino, sobretudo quando Bednarek adiantou a Polónia, à passagem da hora de jogo. O livre de Kurzawa foi exemplar e a finalização do defesa do Southampton não ficou atrás: de primeiro, atirou de pé direito para o fundo da baliza de Kawashima. 

Durante longos quatorze minutos, o Japão lutou para evitar o afastamento precoce. Orfão das principais figuras - Inui, Kagawa ou Osako começaram no banco - os japoneses demonstraram dificuldades para criar claras situações de golo. Acabou por ser Yerry, no jogo entre Colômbia-Senegal, a transformar-se na Mina de ouro asiática. 

Antes do golo de Bednarek, houve pouco para contar neste duelo entre Japão e Polónia. Ambas as seleções mudaram várias peças, o que se traduziu num espetáculo pouco interessante de seguir. 

O Japão apresentou-se controlador, dono e senhor da posse de bola. Os polacos, por sua vez, continuaram na linha dos dois jogos anteriores: muitos passes longos e dificuldade em ligar jogo a partir de trás. Por isso, os lances de perigo foram da autoria dos japoneses. 

Okazaki viu o seu cabeceamento sair perto do poste da baliza polaca (13') e, depois, Fabianski opôs-se bem ao pontapé forte de Muto (14'). Por estranho que pareça, a melhor oportunidade da primeira metade (32') pertenceu Grosicki: cabeceamento no coração da área para uma defesa monstruosa de Kawashima, candidata a melhor do Mundial.

Na segunda parte o registo do encontro não mudou muito. O encontro foi um deserto de ideias durante quinze longos minutos até ao golo polaco. Quem acompanhava o jogo sentia que apenas de bola parada a Polónia poderia causar calafrios ao seu adversário. E assim foi, com Bednarek a salvar a honra da seleção do leste europeu.

O Japão viu-se obrigado a arriscar mais e, por consequência, abriu brechas na defesa. Não acabou penalizado devido à falta de acerto de Lewandowski, incomum no capitão da Polónia. Contra-ataque conduzido por Grosicki, cruzamento rasteiro e pontapé por cima do avançado do Bayern Munique. 

Pouco depois desse lance, houve golo colombiano e o jogo em Volgogrado como que acabou. O Japão guardou a bola, limitou-se a fazer passes entre os médios e os centrais. Uma e outra vez. O público não gostou e assobiou. Cada vez mais com o passar do tempo, embora essa insatisfação não tenha  alterado um milímetro o plano nipónico.

Após escassos minutos à espera do final do jogo entre Senegal e Colômbia, o Japão celebrou. Mas, mais do que tudo, respirou de alívio.