Cristiano Piccini defendeu esta quarta-feira que o ataque à academia do Sporting, em 2018, tinha alvos específicos.

«Eles queriam o William Carvalho, o Rui Patrício, o Battaglia e o Acuña. Por mais do que uma vez, estive cara a cara com um dos mascarados e ele não me fez nada», disse o agora jogador do Valência, durante a 23.ª sessão do julgamento da invasão à academia.

O lateral-direito considerou que os invasores «não tinham qualquer intenção de falar, e começaram logo a insultar e a bater», e confessou também que estranhou a calma de Bruno de Carvalho na reunião da véspera.

«A reunião com o presidente [Bruno de Carvalho] centrou-se muito no que se tinha passado na Madeira [insultos aos jogadores e troca de palavras entre jogadores e adeptos]. Achei que o presidente estava muito tranquilo, sobretudo tendo em conta outros comportamentos anteriores», disse.

Carlos Mota, funcionário do emblema leonino que suturou Bas Dost após o ataque, também foi ouvido.

«Nos dias seguintes ao ataque, Bas Dost estava muito revoltado com a situação, com medo de que as agressões se pudessem repeti, inclusive tinha segurança privada à porta, paga por ele», referiu.

Carlos Mota revelou ainda a conversa que teve com Bruno de Carvalho no dia do ataque: «Ele estava com o semblante triste, naturalmente, e eu disse-lhe que era uma vergonha aquilo que tinha acontecido e ele ficou muito zangado comigo e disse: ‘Também tu, Mota, achas que fui eu que encomendei isto?’ Ao que eu lhe respondi: ‘Eu não acho nada, só acho que isto é uma vergonha para o Sporting.»