Figura: Soares

Mortífero. Foi o segundo homem a saltar do banco e revelou-se a cartada mais acertada de Sérgio Conceição. Oito minutos depois de ter entrado, o brasileiro carimbou a reviravolta num excelente golpe de cabeça. O 2-2 obrigou o FC Porto a carregar na procura de nova vantagem. E, uma vez mais, Tiquinho foi importante a atrapalhar o corte de Payne, que acabou por introduzir a bola na própria baliza. Pouco mais de vinte minutos em campo foram suficientes para mostrar mais e melhor que Adrián e André Pereira.


Momento: minuto 81, automutilação embala Dragão

2-2, quinze minutos para o final. A exibição intermitente do FC Porto deixava o Varzim a sonhar em sair com pontos do Dragão. No entanto, Adrián López cruzou junto à linha final, a bola passou por cima de Emanuel Novo e aterrou no segundo poste, onde Soares atrapalhou o corte de Payne. O lateral poveiro acabou por desviar a bola para a própria baliza. 3-2 e vitória praticamente selada.


Outros destaques:

Sérgio Oliveira: exibição inconstante, visto que intercalou momentos de bom nível com outros absolutamente desastrados. Por exemplo assistiu Tiquinho Soares para o golo da reviravolta e, minutos depois, isolou Haman para o empate. Nunca pareceu estar totalmente confortável no jogo.

Emanuel Novo: somou um mão cheia de intervenções decisivas e retardou o golo do FC Porto o mais possível. Destaque para as defesas a remates de Hernâni (30’), de Corona (53’ e 55’) e Soares (79'). Fez o suficiente para não sair do Dragão com quatro golos encaixados.

Bazoer: ao final do terceiro jogo oficial pela equipa principal, o holandês estreou-se a marcar. Usufrui da liberdade que Conceição lhe deu – Sérgio Oliveira jogou mais fixo no meio-campo – para aparecer na área, rodar sobre Agra e empatar a partida em cima do intervalo. Não descurou as tarefas defensivas e definiu bem, sendo um dos poucos que ofereceu fluidez ao jogo portista. Continua a agarrar as oportunidades e a afirmar-se como uma opção válida para o meio-campo.

Estrela: o pilar do meio-campo poveiro. O antigo internacional sub-20 português correu, lutou, enfim, é um poço de força. Na manobra defensiva do Varzim Estrela funcionou como uma espécie de «tampão», aventurando-se depois no ataque quando a equipa tinha bola. O lance que dá origem ao golo poveiro no Dragão diz muito do tipo de jogador que é: não desistiu do lance, ganhou a dividida a Sérgio Oliveira e cruzou para Toro fazer um obra de arte.

Toro: o argentino é bom de bola. Já o tinha provado no Gil Vicente e continua no Varzim. É difícil roubar-lhe a bola – João Pedro que o diga – e foi protagonista de um par de lances interessantes. Nota ainda para o golaço que marcou: dominou à entrada da área e quase sem tomar balanço colocou a bola no ângulo e fez o Varzim sonhar.

Mbemba: bem melhor que Chidozie, o colega no centro da defesa. Intransponível pelo ar, seguro pelo chão e com capacidade para sair a jogar a partir de trás. Espreitou o golo (58’), mas o remate esbarrou num adversário e não seguiu o caminho da baliza. Em suma, uma estreia competente.

Corona: rendeu Jorge ao intervalo e o FC Porto cresceu. Combinou bem com João Pedro e tentou o golo em duas ocasiões. Com o decorrer do jogo, acabou por recuar para lateral direito e manteve a alta rotação. Sublime o trabalho antes de assistir André Pereira para o 4-2.