É um certificado internacional viajado, chegou finalmente a casa. Hoje, quarta-feira, 20 de Dezembro de 2000, depois de ter passado quase quatro meses em Inglaterra. 

É o certificado de Evaldo, defesa-direito que assinou recentemente pelo Imortal de Albufeira, da II Liga. O jogador cumpriu um curto período de experiência no Ipswich Town, de Inglaterra, em Agosto, e o certificado acabou por ir com ele. 

Em vez de passar uma autorização provisória para que Evaldo pudesse ser utilizado em jogos particulares, o Vitória de Guimarães, clube ao qual o lateral estava vinculado, solicitou à Federação Portuguesa de Futebol que enviasse o certificado internacional do jogador para a sua congénere inglesa, apesar de não haver certeza que o defesa ficasse a actuar em Inglaterra. 

Evaldo esteve duas semanas a treinar à experiência mas acabou por não assinar contrato. Regressou a Portugal, mas o seu certificado acabou por ficar na federação inglesa. Um conflito com o Vitória de Guimarães, particularmente com o presidente Pimenta Machado, levou a que o jogador não fosse integrado no plantel. Sem poder jogar, nem sequer estando inscrito, ninguém se apercebeu que o documento que autorizava a utilização de Evaldo ficara perdido numa ilha. 

Só agora, na reabertura do mercado, quando o jogador finalmente encontrou clube, o problema foi detectado. Do Imortal de Albufeira contactou-se o Ipswich, que por sua vez deu ordem à Federação inglesa para enviar o documento para Portugal. O processo demorou algum tempo e, juntamente com um problema no documento de rescisão com o Guimarães, levou a que Evaldo não pudesse jogar no passado fim-de-semana. 

Agora, enfim, o certificado está em Portugal, depois de quatro meses de esquecimento noutro país. Evaldo já pode jogar e está mortinho por relançar a carreira. «Estive sem jogar mas não sem treinar, fui treinando no Paredes e no Freamunde.» 

A opção por Albufeira prendeu-se com um conselho do empresário, apesar de ter outros convites da II Liga. Assinou contrato por seis meses e quer pôr uma pedra no passado vimaranense. «O que é que ficou do tempo que lá passei? Nada, só amizades. Com aquele homem aquilo não vai a lado nenhum», disse, referindo-se a Pimenta Machado. «Tínhamos uma grande equipa e saíram quase todos os jogadores. Com o tempo vão dar-me razão.»