Em Gales, com uma equipa de segunda apanha e os naturais cuidados em precaver a preparação da Supertaça, o F.C. Porto cumpre, escrupulosamente, calendário. A participação na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões já ninguém lhe tira, muito menos a débil formação de Barry Town, que, ao final da primeira parte nas Antas, acordava em sobressalto de um pesadelo. 

Além do prestígio, o jogo desta noite não vale mais do que um quarto de ponto (0,25), que Octávio Machado faz questão de juntar ao pecúlio português na tabela da UEFA. A convocatória do treinador deixou, desde logo, antever a estratégia de gestão do plantel num mês especialmente delicado para os portistas, que fazem hoje o primeiro de sete jogos no curto espaço de 26 dias, com Liga dos Campeões, campeonato e Supertaça à mistura. Por isso, Deco, Capucho, Pena, Paredes, Soderstrom, Jorge Andrade e Clayton, sete titulares na primeira mão, ficaram nas Antas. 

A vantagem de oito golos permite, inclusive, a Octávio lançar Hélder Postiga, avançado que se sagrou campeão de juniores há cerca de um mês, ou estrear o argentino Ibarra nas competições europeias. 

Peter Nicholas, seguro de que nem um milagre valeria ao Barry Town, dispõe-se apenas a compor um espectáculo que lhe possa ser mais agradável e menos humilhante do que a experiência traumatizante das Antas. Deu descanso aos jogadores até domingo e prepara a apresentação de uma equipa diferente, na intenção de transmitir «outra imagem».