Marcelo Ferreira de Souza Granado, juiz da 7ª Vara da Justiça Federal brasileira, emitiu ontem um mandato de busca e apreensão à CPI do Futebol do Senado para apreender os livros fiscais do Vasco da Gama, de 1996 até hoje. 

Uma comitiva de dez pessoas, formada por dois delegados, um perito, cinco agentes da Polícia Federal e dois funcionários do Senado, foi a São Januário para cumprir a ordem judicial, do que seriam impedidos a meio de novo espectáculo de desrespeito às autoridades interpretado pelo presidente do Vasco, o deputado federal Eurico Miranda, que provocou um «apagão» no clube para impedir a acção da Justiça. 

«Para entrar na minha sala, só por cima de mim», gritou Eurico. «Vocês não me dão ordens, sou um parlamentar. Já estou de saco cheio das vossas gracinhas. Vão ter de pagar por isso», ameaçou, ao brados, que se podiam ouvir para além das paredes de São Januário. 

Cerca de duas horas e meia mais tarde, a comitiva deixou o estádio por um portão lateral, negando-se a prestar declarações e sem os documentos solicitados pela Justiça. Os policias federais, que lacraram a tesouraria do clube, voltam amanhã de manhã a São Januário, em nova tentativa para confiscar os documentos. 

Após o lamentável episódio, Eurico Miranda garantiu que Marlene Pinheiro, tesoureira do clube, foi ameaçada com uma arma pelo agente federal Jorge Alexandre Pimentel Mege, razão pela qual disse ter sido tão agressivo com os representantes da Justiça.