A 27 de Setembro de 1994, em Alvalade, Jorge Valdano e Carlos Queirós discutiram longamente uma eliminatória da Taça UEFA entre Real Madrid e Sporting. Para ambos, foi a primeira vez
 
Nessa noite, o Sporting ganhou 2-1 a um Real Madrid que estava a sair de uma crise profunda que chegara a afastá-lo das competições europeias. Ganhar aos «merengues» costuma ser boa notícia, mas dessa vez teve sabor a nada. 
 
O Real tinha ganho, quinze dias antes, em Madrid, por 1-0 e o golo fora de Laudrup em Alvalade chegou para eliminar os «leões». No banco verde estava Carlos Queirós, do outro lado Jorge Valdano, a caminho de construir um grande Real Madrid. 
 
O Sporting tinha jogado muito em Madrid. Sobretudo Figo. Os leões enviaram três bolas aos postes da baliza de Buyo. Mas perderam. No segundo jogo, Sá Pinto empatou as contas logo aos 2 minutos. Laudrup fez o 1-1 em Alvalade, Oceano o 2-1 aos 31 minutos. Juskowiak ainda mandou uma bola ao poste (outra vez...), a um minuto do fim, mas não tinha de ser. 
 
No final do jogo, Valdano ainda tinha os olhos a brilhar. O Real Madrid acabara de eliminar um adversário difícil, seguia em frente no regresso à Europa. Na conferência de imprensa, Valdano elogiou o Sporting e profetizou que o Real não seria derrotado muito mais vezes nessa época, pelo que era preciso reconhecer o feito do adversário. Tinha razão. 
 
Quando saiu da sala de imprensa, no átrio da 10-A, Valdano cumprimentou Queirós e por ali ficaram a conversar, alguns minutos. A noite doeu no coração dos sportinguistas e havia grande ruído, mas para os dois homens pode ter começado ali uma relação forte.

Por curiosidade, as equipas alinharam assim nessa noite de 27 de Setembro de 1994. Sporting: Lemajic; Nélson, Marco Aurélio, Valckx e Paulo Torres; Oceano (Cadete) e Peixe; Sá Pinto (Carlos Xavier), Figo e Balakov; Juskowiak. Real Madrid: Buyo; Quique Flores, Sanchis, Alkorta (Milla) e Lasa; Hierro; Luis Enrique, Laudrup, Martin Vasquez e Amavisca (Michel); Zamorano.