João Pinto

É fácil criticar um jogador que tem uma atracção tão grande pela relva, que chega a deitar-se nela dezenas de vezes durante um jogo. Mas, ainda é mais delicioso abordar os pormenores de classe de um João Pinto em grande forma, como se tivesse necessidade de desmentir calúnias sobre o seu valor. A uma semana do regresso ao Estádio da Luz com a camisola do rival, a vontade de fazer cada vez melhor transforma-se em obrigação e o avançado apura os instintos para que tudo esteja perfeito no dia da esperada redenção. Esta postura torna-o um jogador essencial na estrutura sportinguista, rentabilizando funções atrás do ponta-de-lança. No jogo de hoje nunca parou de correr e de lutar contra a adversidade do terreno, permitindo combinações múltiplas com os parceiros de ataque e meio-campo ¿ Pedro Barbosa principalmente. As duas assistências para os golos de Acosta e Toñito servem como base estatística para sustentar a ideia de que João Pinto está preparado para pisar a Luz com determinação. 

Pedro Barbosa

A consistência do meio-campo sportinguista, aliás todo o jogo da equipa de Inácio, tem passagem obrigatória pelos pés de Pedro Barbosa. A elegância do toque, o posicionamento no terreno e a postura em relação às incidências do encontro tornam-no um elemento imprescindível e de inegável influência positiva para a equipa. O constante entendimento que engendra com João Pinto e Acosta permitem-lhe variar entre a rigidez do esquema táctico ¿ que o coloca no lado esquerdo ¿ e a ousadia de pisar terrenos mais vastos. As maiores atenções do meio-campo adversário foram, obviamente, viradas para ele e o estilo agressivo ultrapassou muitas vezes as barreiras da tolerância. Pedro Barbosa tirou partido do físico e resistiu a todas as provocações, levando o Sporting a uma vitória facilitada. 

Ramos

Extremo-direito irrequieto e enamorado com a bola, o jovem jogador do Lamas ofereceu pedaços de irritação a Rui Jorge, que não conseguiu quebrar os dribles constantes e os raides imbatíveis. O problema é que o ritmo não durou o jogo todo e, durante a segunda parte, as solicitações passaram a ser transviadas para fora das quatro linhas. Ramos formou-se para o futebol no União e a sua utilização constante na equipa sénior despertou a cobiça do clube homónimo de Leiria, que joga na I Liga. Pelo que mostrou no embate com o Sporting, promete muito e, se conseguir evoluir as suas capacidades, poderá chegar brevemente ao lugar mais alto do futebol português, onde a aposta no jovens portugueses tende a crescer. 

Magalhães

Criativo e eficaz, obrigou César Prates a jogar mal e M¿Penza a vaguear durante todo o jogo, votando-os ao esquecimento. A culpa dos golos nunca foi sua, apesar de algumas falhas defensivas (os centrais estiveram muito nervosos), pois o lateral-esquerdo optou sempre ou pela solução mais simples, ou pelo drible surpreendente, que enganou inúmeras vezes os adversários. Sabendo que era proibido errar, Magalhães não subiu muitas vezes, mas teve oportunidades para rematar à baliza, através da marcação de livres, usando um forte pontapé. Este é mais um jogador português bem razoável e, igualmente, formado em Lamas...