O primeiro jogo do Benfica na temporada 2000/2001, diante do Adanaspor, terminou há pouco, com um empate (1-1). Maniche marcou o único golo dos «encarnados», que se colocaram em vantagem aos 26 minutos e viram os turcos chegar à igualdade por intermédio de Cerk, já na segunda parte (54 m). 

O pouco tempo de trabalho dos comandados de Jupp Heynckes deve ser entendido como a principal atenuante de uma exibição globalmente foruxa. Com uma equipa privada de alguns prováveis titulares (Enke, Sabry e Poborsky ficaram no «banco», Kandaurov e Dudic, tocados, nem se equiparam), Heynckes aproveitou para testar de início três dos novos reforços (Marchena, Carlitos e Miguel), colocando também o jovem Moreira na baliza e confirmando Calado como «capitão». 

Durante a primeira parte, ficou definida a tendência dos 90 minutos: diante de um adversário generoso mas limitado, o Benfica assumiu o comando das operações a meio-campo. No entanto, a falta de ritmo, por um lado e de mecanização, por outro, impediram que esse domínio se traduzisse em muitas oportunidades de golo, em especial na segunda parte. 

Ainda assim, logo no início, um remate de Chano embateu no poste do guarda-redes Svenk, fazendo crer que o primeiro golo seria uma questão de tempo. No entanto, foi preciso esperar quase até à meia hora para que o marcador funcionasse, graças ao sempre oportuno Maniche, que concluíu à vontade uma jogada construída por Miguel, Carlitos e João Tomás. 

Pouco depois, foi João Tomás quem obrigou Svenk a defesa aparatosa, reforçando a ideia de que o Benfica se encaminhava para uma vitória tranquila. O azarado Chano deu mais um contributo para essa impressão, cabeceando novamente à trave, à beira do intervalo. 

Mas se o domínio «encarnado» era indiscutível, a segunda parte acentuou a certeza de que Heynckes ainda tem muito trabalho pela frente. Aos 54 minutos, Cenk concluiu uma boa combinação com um remate cruzado, fazendo o golo da igualdade para o Adanaspor. E o Benfica, ainda muito preso de movimentos, não conseguiu pressionar o seu adversário de forma a conseguir recuperar a vantagem, mesmo lançando, no decorrer do jogo, Poborsky, Sabry e Toy, para além do defesa Sérgio Nunes. 

Em termos individuais, numa actuação que compreensivelmente não permite retirar ainda grandes conclusões, destaque para a segurança de Marchena no eixo da defesa (Paulo Madeira foi lateral-direito) e para algumas movimentações de Miguel. Mas, no conjunto, não se pode dizer que algum jogador tenha estado claramente acima da média. Compreende-se. A época ainda está a dar os primeiros passos¿ 

Nuno Pereira, enviado especial da TVI