Cauteloso e comedido a cada abordagem, Rui Óscar não fala no título, nem, tão pouco, reclama para o Boavista a condição de favorito, mas detecta, sem esforço, «uma certa inveja dos outros» pelo campeonato que se desenha no Bessa. Ao ponto de se revelar magoado com os jornais e com a corrente que «dava o Benfica com vencedor» do jogo da Luz antes mesmo do primeiro pontapé do desafio. 

Com as questões a pedirem-lhe, invariavelmente, que assumisse a candidatura, como Rui Bento excepcionalmente fizera na véspera, Rui Óscar limitar-se-ia a enfatizar o «mérito» que deve ser reconhecido ao Boavista e que é intenção da equipa «manter o primeiro lugar o mais tempo possível». Às insistências replicou com a consciência de ter «os pés bem assentes na terra», lembrando que «ainda nada ganhou» e que restam «muitos jogos» por disputar. 

O compromisso seguinte, próximo passo de um percurso com destino nunca revelado, sugere-lhe dificuldade, mesmo tratando-se de um jogo no Bessa. O adversário justificava a vénia, considerou. «O Belenenses tem uma excelente equipa», observou. «Vem de uma derrota em casa e vai querer corrigir esse acidente». Não contará, contudo, com a colaboração do Boavista, esclarece o defesa direito, que alimentava a «expectativa» de ser seleccionado e agora se resigna, «respeitando as opções do seleccionador».  

Conformado, reduzido à condição de mero espectador assim que a selecção pisar um relvado que conhece bem para defrontar Andorra, Rui Óscar redescobre motivação no Bessa, mostando-se disposto a «dar mais uma alegria aos adeptos». Com ele, mais sete titulares na Luz cumpriram nova fase de trabalho de regeneração durante a manhã de hoje. Os três restantes (Litos, Petit e Ricardo) estão onde ele queria estar: no Funchal, ao serviço da selecção.