O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa (TIC) deu ordens ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) para investigar a conduta de antigos órgãos sociais do Benfica na era de Vale e Azevedo. A decisão, tomada esta quarta-feira, surge no seguimento de um pedido levantado por Eusébio Gouveia, advogado e conhecido sócio benfiquista. 

Depois de uma primeira decisão de um juiz de turno, que indeferiu o pedido, o TIC acabou por solicitar ao DIAP o aprofundamento das investigações, considerando, assim, que a conduta dos antigos membros da direcção e do conselho fiscal do clube suscita algumas dúvidas. 

Esta decisão vem permitir o reacender de um caso instaurado pelo Ministério Público e que mantém João Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica, em regime de prisão preventiva. O advogado Eusébio Gouveia avançou com um pedido ao tribunal de revisão deste processo, no sentido de implicar no caso nomes como José Manuel Capristano, José Manuel Antunes, António Sala e Cândido Gouveia, dirigentes que fizeram parte de elenco directivo do Benfica, durante a gestão de Vale e Azevedo. 

Apesar de um primeiro indeferimento, na passada segunda-feira, o juiz salvaguardou a possibilidade de, no futuro, o processo ser reaberto e estes ex-elementos dos corpos sociais virem ainda a ser investigados. As dúvidas do TIC foram esta quarta-feira manifestadas no envio ao DIAP, num processo à parte, da questão que se prende com o alegado envolvimento de alguns dirigentes que fizeram parte do elenco de Vale e Azevedo. 

Defesa quer sentença célere 

Recorde-se que Vale e Azevedo está detido preventivamente desde o passado dia 7 de Agosto, aguardando uma decisão definitiva do tribunal, após um período de quase meio ano de prisão domiciliária. O processo foi despoletado devido à acusação de peculato e branqueamento de capitais, pela transferência do guarda-redes russo Ovchinnikov, ao Alverca. Uma situação que serviu para levantar a ponta de um icebergue, que já atinge mais de uma dezena de acusações de fraude contra o ex-presidente do Benfica.

A posição da defesa, neste caso, tem sido a de tentar acelerar o processo, no sentido de exisitir, o mais rapidamente possível, uma sentença do Tribunal da Boa Hora. Até que tal sentença seja proferida, o ex-presidente do Benfica continuará em prisão preventiva.