Em Guimarães o ambiente é escaldante. Logo após a derrota com o Gil Vicente, cerca de três centenas de adeptos vimaranenses juntaram-se na saída dos jogadores do Estádio D. Afonso Henriques, dirigindo o seu descontentamento ao presidente Pimenta Machado, que consideram o principal culpado pelo estado actual da equipa. Foi preciso a intervenção do corpo de intervenção da polícia local para serenar os ânimos, mas a situação esteve bem quente.

Os maus resultados, que têm mantido a equipa abaixo da linha de água, têm enervado toda a gente, pelo que o técnico Jorge Jesus viu-se obrigado a ter uma conversa de mais de trinta minutos com os seus jogadores no balneário. Apesar da contestação e dos lenços brancos, o técnico assegura que não vai desistir de lutar, acreditando ser possível manter o Guimarães na Superliga.

«Em face das grandes expectativas criadas à volta deste jogo, o resultado é, de facto, um desilusão. Até perante os resultados dos nossos adversários, estávamos motivados e confiantes que podíamos deixar a zona de descida, mas voltámos a perder», começou por abordar Jesus. Na sua perspectiva, a equipa até entrou bem «nos primeiros 15 minutos, mas a partir do golo do Gil Vicente ficou intranquila», até porque o adversário «geria o resultado».

No segundo tempo, «com a expulsão de Ferreira II as coisas podiam ter melhorado, mas o Hugo Cunha vê o vermelho pouco depois e as duas equipas voltaram a ter o mesmo número de jogadores». Em suma, «o Gil ganhou porque soube gerir o jogo, aproveitando os últimos minutos para chegar ao 2-0».

A derrota é pesada, mas ninguém deixa de acreditar em dias melhores. «Demorei muito tempo a vir à sala de imprensa, porque estive a falar com os jogadores. Eles estão muito nervosos e alguns extremamente desiludidos, mas a atitude a tomar é acreditar que o campeonato não acabou, há oito jogos pela frente e temos de pensar já no encontro da próxima sexta-feira, com o Marítimo, onde vamos tentar arrancar os três pontos. Acreditamos que podemos sair dos últimos lugares, mas temos de viver com esta situação», realçou, manifestando total compreensão pela contestação dos adeptos: «Os sócios estão nervosos e têm razão. Veio muita gente ver o jogo e compreende-se a sua frustração, mas neste momento toda a gente sente o mesmo. Ninguém estava preparado para esta derrota, mas continua tudo em aberto».

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