Ao final da tarde, Augusto Inácio falou aos jornalistas. O assunto inicial passaria, inevitavelmente, pelos problemas que envolvem as deslocações de avião, em face dos incidentes ocorridos nos Estados Unidos. Com os Açores como destino, onde defrontará o Santa Clara, no domingo, o treinador confessou que, «inicialmente», a equipa ficou «apreensiva», na dúvida sobre a realização do jogo.  

O técnico lembrou que o plantel cumpriu esta manhã os três minutos de silêncio, em homenagem às vítimas do atentado terrorista na América. «Jogadores, funcionários e dirigentes estiveram à volta do circulo do meio-campo e cumprimos o que era nosso dever e obrigação», explicou o técnico aos jornalistas, mesmo porque a homenagem foi prestada à porta fechada. Ainda sobre o assunto, disse que «os jogadores ficaram chocados, falando numa «situação que mexeu com todos». Por isso, a viagem aos Açores «terá uma tensão diferente», porque, explicou, «os jogadores são humanos». 

No campo meramente desportivo, Inácio não antevê um decréscimo de produção: «Vamos tentar, dentro das nossas força, humildade e espírito de grupo, ajudarmo-nos, para não ficarmos diminuídos em termos de jogo». Ainda assim lembra que o último jogo realizado na ilha, há cerca de dois anos, foi desfavorável para os minhotos. 

«Santa Clara ainda não perdeu em casa» 

Sobre o adversário, destacou que «o Santa Clara ainda não perdeu em casa e mostra seguro de que se trata de uma equipa composta por bons elementos e um bom treinador». Diz ainda que, «perante os seus adeptos, vão querer ganhar a um adversário que esta época já lhes diz mais qualquer coisa». «É natural», admite, «que, quando uma equipa vai à frente, o adversário apresente mais qualquer coisa para ganhar o jogo».  

A liderança do campeonato, a par com o F.C. Porto e Boavista, aumentou-lhes as responsabilidades. Inácio avisa desde logo que a equipa ainda não está no seu melhor. «Não!», porque, explica, «há jogadores que ainda não estão na sua máxima força». 

Sobre a liderança do campeonato, disse ainda: «Estamos no começo. O exemplo do ano passado está bem vivo. Andámos sempre com as calças na mão... Este ano, como ganhámos, não poderá haver relaxe por parte dos jogadores. Nunca poderemos perder por causa do desleixo e falta de concentração. Não sabemos quanto tempo vamos estar na frente do campeonato, mas, dentro das nossas limitações, vamos tentar aguentar».