A figura: Adriano

Que grande descoberta do Gil Vicente! Jogo após jogo, este brasileiro, ex-União da Madeira, mostra ser um valor seguro desta Liga. Opta, quase sempre, pela simplicidade de processos e privilegia o prático sobre o belo. Mas brilha. E muito. Defesas estrondosas aos 8, 33, 34 e 39 minutos, numa primeira parte excepcional. E a provar que não foi apenas um dia positivo, começou o «jogo de terça» a brilhar novamente, negando o golo a Benachour. Pode vir a valer muitos pontos ao Gil.

A desilusão: Roberto

Ter um avançado bom a jogar de costas para a baliza não pode ser suficiente para uma equipa da I Liga.n Paulo Alves deu a primeira titularidade ao experiente avançado, de modo a ter um ponto de encontro para os raides ofensivos. Mas Roberto termina o jogo sem qualquer remate efectuado, mesmo que a bola tenha sobrevoado a área em vários lances. É pouco. Não está em causa a entrega, mas o rendimento

O momento: Adriano dá conta do óbvio

Duas paragens curtas deixavam antever o pior: o nevoeiro ia pregar uma partida de Halloween. Coube a Adriano, numa altura em que era por demais evidente que o destino estava traçado a lançar o alerta. Não se via de uma baliza à outra e o brasileiro protestou, até Rui Silva, o árbitro, interromper o jogo. Terça-feira havia mais.

Outros destaques

Luís Carlos

O pormenor com que tirou dois jogadores do Marítimo da frente quando o jogo caminhava para o intervalo, por si só, justificava uma menção. Delicioso, fenomenal, de artista. Luís Carlos nem sempre decidiu bem no jogo, mas foi dos elementos mais perigosos do Gil Vicente, que procurou muito o seu flanco para atacar. Importante também nas ajudas defensivas. A sua substituição apareceu cedo de mais.

Baba

Na frente, atrás, na esquerda e na direita. Baba é mais do que um ponta-de-lança. É um avançado completo, com uma boa estampa física à qual junta uma mobilidade suficiente para criar estragos. Em Barcelos foi assim. O primeiro lance de perigo foi seu, com um cabeceamento que só não deu golo porque Adriano não deixou. O jogo aéreo, afinal de contas, é um dos seus pontos fortes.

Roberto Souza

É impressionante a calma com que joga e que transmite para a equipa. O brasileiro é um trinco moderno, versátil e neste jogo foi o primeiro municiador dos homens da frente. Pisou o mesmo terreno de Richard e não deixou o compatriota pegar na batuta gilista.