Paulo Alves tem a ingrata tarefa de mobilizar um grupo de trabalho que continua sem saber o que o destino lhe reserva. Em surdina, os jogadores abordam todos os cenários possíveis e aguardam ansiosamente pela boa nova: a confirmação da permanência na Liga. Enquanto isso não sucede, é ao treinador que cabe o papel de aglutinador de um conjunto de profissionais de futebol. Nessa perspectiva, Paulo Alves está convencido que o contexto actual será ultrapassado, com maior ou menor dificuldade.
«A equipa não vai sentir estes problemas. Estamos tranquilos, seguros e queremos alhear-nos desta situação, inclusive o próprio Mateus», referiu, apontando a seguir aquilo que almeja na sua segunda temporada como treinador principal. «A intenção é não passar pelas preocupações da época passada. Apostámos em jovens e em atletas mais experientes, na tentativa de formar uma equipa competitiva, para um ciclo que agora se inicia.»
Com os 27 jogadores que já tem ao seu dispor e os dois anunciados por António Fiúza, Paulo Alves vai começar a temporada com 29 unidades. Um número elevado e que obrigará o técnico gilista a prescindir dos serviços de alguns deles. «Teremos algumas situações a rever durante o estágio. Penso que a alguns dos jogadores mais jovens não fará mal uma rodagem noutros clubes», explicou, mostrando-se depois encantado por poder continuar a contar com Carlitos, um dos homens mais influentes no grupo com que trabalha.
«Poder ter um jogador com a qualidade e a imprevisibilidade do Carlitos é fantástico. Desejo que realize uma época tão boa como a anterior e que seja muito feliz aqui em Barcelos.»
O capitão que cursou jornalismo
Nandinho é o capitão e o porta-voz da equipa do Gil Vicente. O experiente extremo não esconde que o imbróglio que envolve os minhotos e o Belenenses faz parte das muitas conversas de balneário. «É inevitável que se fale sobre isso entre nós. No entanto, estamos confiantes relativamente a um desenlace positivo e não nos esquecemos que dentro de campo alcançámos a manutenção. Aliás, vencemos os dois jogos frente ao Belenenses e, por acaso, o Mateus nunca alinhou nessas partidas.»
Ficou-se depois a saber, pela boca do próprio, que Nandinho cursou jornalismo e que se recorda bem de algumas das lições apreendidas. «Ensinaram-me que nesta área a isenção e a ética devem ser parte integrante do comportamento a adoptar. Em minha opinião, no entanto, há um diário desportivo que não está a confirmar isto e não tem sido correcto connosco.» Mensagem de capitão.