Alvo de disputa entre Benfica e Sp. Braga, Lucas Mineiro carrega até hoje a cicatriz de ter participado no histórico plantel da Chapecoense que foi vítima da fatídica queda de avião na Colômbia que tirou a vida de 71 pessoas, entre jogadores, membros da equipa técnica, dirigentes e jornalistas, em novembro de 2016.

Na altura do acidente fatal, o atual médio do Gil Vicente estava num processo de transição entre a formação e a equipa principal. Aos 20 anos, havia feito alguns jogos no primeiro semestre, mas acabou por perder espaço em junho, quando, improvisado como lateral-esquerdo, fez uma má exibição no empate em 3-3 com o Grémio, no Brasileirão.

Em baixa, Mineiro foi “despromovido” à equipa sub-20 pelo então técnico, Caio Júnior e, consequentemente, ficou fora da lista de inscritos na Taça Sul-Americana. Foi exatamente a caminho da final da competição sul-americana, para defrontar os colombianos do Atlético Nacional, que o avião da Chapecoense caiu por negligência dos pilotos da LaMia (falta de combustível).

«É uma das principais histórias da vida do Lucas. Ele consegue falar sobre isso sem tabus, mas raramente toca no assunto. Está marcado na memória dele», revelou uma pessoa próxima ao jogador, em conversa com o Maisfutebol.

Abalado com a morte de diversos amigos e companheiros, Lucas Mineiro encontrou forças para ser um dos nomes fundamentais no processo de “reconstrução” da Chape em 2017. Fez 25 partidas oficiais na temporada seguinte, tendo, inclusive, partilhado balneário com Alan Ruschel, um dos três jogadores que sobreviveram à tragédia.

A partir de 2018, o médio, agora com 25 anos, saiu dos planos e foi emprestado pelo emblema de Santa Catarina em quatro oportunidades antes de desembarcar em Portugal em 2020: passou por Vasco da Gama, Ponte Preta (duas vezes) e Cerezo Osaka, do Japão.

Lucas Mineiro, que ainda pertence à Chapecoense, está cedido ao clube de Barcelos até junho deste ano, num acordo que prevê uma opção de compra de 500 mil euros por 70 por cento do passe. Por enquanto, os gilistas não oficializaram qualquer oferta oficial para garantir a permanência em definitivo do brasileiro.