Foi bonito o sonho, mas terminou com mais uma derrota a primeira caminhada europeia do Gil Vicente. Depois da sentença dada na 1.ª mão, ao sair dos Países Baixos vergados com uma derrota por 4-0, os galos voltaram a perder perante um AZ Alkmaar mais forte e mais comprometido com a passagem à fase de grupos da Liga Conferência.

As muitas mudanças no onze deram um claro sinal de que a formação gilista já tinha desistido da eliminatória e o desenrolar do encontro demonstrou-o. Evjen abriu o marcador, Reijnders ampliou a vantagem e Boselli - que já tinha feito o primeiro golo europeu do Gil Vicente - fechou a passagem barcelense pelas provas da UEFA.

Primeira passagem curta, mas bonita – uma vitória, um empate e duas derrotas – do Gil Vicente pela Europa do futebol ao fim de 98 anos de história, aplaudida de pé pelos quase cinco mil adeptos nas bancadas. Para muitos, só nos melhores sonhos.

Muitas mudanças

Ivo Vieira deu o primeiro sinal de que a eliminatória estava perdida ao fazer, nada mais nada menos, que sete alterações no onze em relação ao jogo da passada segunda-feira, frente ao Famalicão. O técnico deixou na equipa titular Lucas, que usou a braçadeira de capitão, Adrián Marín, Aburjania e Kevin Villodres. Destaque para a titularidade de Brian, jogador formado no clube e que se estreou na temporada e numa competição europeia.

Do outro lado, Pascal Jansen parece ter levado o encontro mais a sério e repetiu o onze que alinhou na primeira mão. E, logo nos minutos iniciais, percebeu-se a diferença. Após a primeira perda de bola gilista, transição rápida do AZ Alkmaar, pela esquerda, com o esférico a sobrar para Dani de Wit, que rematou ao poste.

Foi um aviso sério ao galo, que se pôs logo em sentido. A formação barcelense sentia muitas dificuldades em construir jogo, apresentando-se sem ideias e muito previsível. Numa primeira parte fraca e com poucos motivos de interesse – ouviu-se, até, assobios da bancada –, acabou por ser a formação neerlandesa a voltar a estar perto do golo.

Pavlidis levou tudo à frente, entrou na área, depois de ganhar vários ressaltos, e acertou novamente no ferro da baliza gilista. O melhor que a equipa portuguesa conseguiu foi um remate de Pedro Tiba, que desviou num adversário e saiu junto ao poste. Foi tudo numa primeira metade monótona.

Só Boselli soube marcar

Os galos colocaram três homens a aquecer durante o intervalo – Navarro, Fujimoto e Boselli –, contudo a segunda metade começou sem alterações. As mesmas foram feitas, estranhamente, cinco minutos após o reatamento. Estava dado o segundo sinal de que o técnico dos gilistas já estaria a pensar no jogo frente ao Vizela.

Comprometidos com a eliminatória e com o jogo, os neerlandeses foram em busca do triunfo. E, se no jogo da primeira mão marcaram três golos em dez minutos, em Barcelos fizeram dois em cinco.

Evjen, isolado por Pavlidis, num lance em que Adrián Marín ficou parado a ‘filmar’ a jogada, picou o esférico por cima de Brian e abriu o marcador. Logo a seguir, num contra-ataque, Reijnders pegou no esférico ainda antes do meio-campo, foi por ali fora e só parou a festejar o segundo golo. Tudo muito fácil.

Mas o Gil Vicente não se ia despedir da Europa do futebol a seco. Num assalto final à baliza neerlandesa, os galos chegaram ao golo e até podiam ter empatado. Boselli, que entrou com tudo, marcou o tento de honra da turma de Barcelos no adeus à Liga Conferência.