O Benfica visita na segunda-feira Barcelos à procura de pôr termo a uma série de quatro jogos sem vencer.

Mau momento das águias? Vítor Oliveira, «velha raposa» do futebol português, tem uma visão bem diferente.

«Isso é tudo criado de fora para dentro. Nós, que andamos no futebol, sabemos que essa fragilidade não existe no balneário do Benfica. Existe é uma tentativa de rapidamente regressarem às vitórias. Equipas com o Benfica não costumam perder três vezes seguidas. Essas situações anormais fazem os jogadores transcenderem-se e tornarem-se muito mais difíceis de bater. Esperamos um adversário com orgulho ferido, que vai querer reverter a situação», disse o treinador do Gil Vicente na antevisão ao jogo de segunda-feira.

«Estamos a falar do campeão nacional, do finalista da Taça de Portugal, de uma equipa que tem possibilidade de passar aos oitavos de final da Liga Europa. Não os podemos subestimar, não vamos jogar contra o ‘tira o dedo do croquete' [equipa sem valor]", acrescentou Vítor Oliveira.

Apesar de «desconfiar» do momento atual do adversário, o técnico dos gilistas mostrou-se confiante na obtenção de um bom resultado e deu como exemplo as vitórias diante de adversários candidatos ao título já esta época. «Já jogámos, em casa, com FC Porto e Sporting, e conseguimos bons resultados. Temos, agora, a expetativa de fazer o pleno [de vitórias] com os três ‘grandes’. É uma ideia que está na cabeça dos jogadores, mesmo sabendo das dificuldades de defrontar o Benfica», apontou ainda o técnico dos barcelenses.

Para o jogo com o Benfica, o Gil Vicente vai apresentar-se limitado em termos de lesões, reconheceu, Vítor Oliveira. «Estamos com algumas limitações, temos apenas 16 jogadores de campo certos para a convocatória, será a mais fácil da época. Mas estamos motivados, atravessámos uma série positiva, e estamos numa forma psicológica muito forte», garantiu.

Refira-se que Naidji, Rodrigo e Rúben Ribeiro estão lesionado enquanto o defesa Alex Pinto falha o jogo por estar emprestado pelo Benfica.

À margem da antevisão ao duelo com as águias, Vítor Oliveira debruçou-se sobre o caso de racismo que envolveu Marega em Guimarães. Para o treinador, além desse assunto há outros também graves que merecem uma reflexão profunda. «Fez-se do caso Marega um caso nacional. É muito importante, mas há muitos assuntos importantes. Coisas que são ditas ao longo da semana, muitos comentários perniciosos, e até ofensivos, para o futebol nacional, e vamos andando nisto?»