* por Pedro Lourenço Jorge

Daniel Faria despediu-se esta quarta-feira dos relvados. «Calvário de dois anos chega ao fim», desabafou o ex-capitão do Gil Vicente de 27 anos em conversa com o Maisfutebol, depois de uma conferência de imprensa no Sindicato dos jogadores de futebol (SJPF) em que anunciou a decisão de terminar a carreira de forma precoce.

Limitado por uma lesão no menisco e tendão quadricipital, o jogador natural de Braga tentou vários médicos: «Fui a Barcelona e a opinião era unânime.»

«Há dois meses disse que não dava mais», declarou.

O que custava mais para o central de Barcelos era não poder combater a lesão. «Se tivesse limitações após o esforço ainda jogava», afirmou enquanto justificava as dificuldades que sente: «Dói no dia a dia quando desço e subo escadas, ao caminhar. Basta forçar que começa a inchar.»

O futuro passa agora por concluir o curso de treinador e fazer a licenciatura, financiada pelo SJPF. Daniel até já sabe o curso que quer. «Gestão desportiva. Para já estou a meio de terminar o curso de primeiro nível de treinador na associação de futebol de Braga», sustentou o defesa.

Mário Figueiredo alertou para os casos idênticos, «Os jogadores não podem esquecer que são pessoas. Há uma vida para além do futebol e prepará-la faz parte», transmitiu o presidente da Liga de clubes.

O Sindicato presenteou o jogador com um cheque simbólico, para poder tirar a licenciatura. O presidente, Joaquim Evangelista acha que a situação de Fábio Faria, que se retirou aos 23 anos do futebol, é um exemplo de sucesso. «Neste momento o Fábio está no ISMAI e a gostar», concluiu. 

César Peixoto deixou ainda uma palavra de apreço pelo colega. «O grupo de trabalho está em baixo porque era parte da família», disse. Palavras do capitão que deixaram Daniel comovido.

O presidente do clube gilista, António Fiúza, não compareceu na despedida do jogador apesar de ter sido comunicado a sua presença.