Godinho Lopes, presidente do Sporting, deu a entender, numa mensagem dirigida aos sócios, que no lugar de Paulo Pereira Cristóvão, tinha pedido a demissão. O dirigente diz que não pode condenar o vice-presidente, mas pede aos associados para não misturarem «decisões individuais» com a instituição.
«A história do Sporting não se revê neste conjunto de situações. Sentimo-nos hoje indignados porque a comunicação social, através de notícias que vêm não sei de onde, tem vindo a denegrir a imagem do Sporting e do seu vice-presidente, apresentando palavras como traição e injúrias. Devemos estar todos unidos. Não devemos misturar aquilo que é a nossa instituição com atitudes e decisões individuais que as pessoas têm direito de ter», começa por destacar.
Cristóvão: «Não me pronunciarei sobre o processo»
O presidente dá depois um exemplo que se passou consigo. «Há 12 anos atrás decidi demitir-me por razões que nada têm a ver com o Sporting, foram razões que me levaram a fazer uma travessia no deserto. O Pereira Cristóvão decidiu de outra maneira, depois de uma suspensão,decidiu voltar. Nós não temos o direito de o declarar culpado antes de ser decidido se é julgado ou não», referiu.
O dirigente afastou-se do clube em 2002, depois de ter sido detido e acusado de corrupção activa para acto ilícito e branqueamento de capitais no caso da contratação de barcos-hotel para a Expo 98. Foi absolvido, tal como os outros arguidos, em 2010, por falta de provas.
Caso Cristóvão: Sporting instaura processo de inquérito
Godinho Lopes explica, depois, que a abertura de um inquérito interno, foi uma iniciativa sua que contou com o apoio de toda a direção. «O Sporting mão compactua com nenhum tipo de dúvidas e decidiu, por sua própria iniciativa, abrir um inquérito interno, para termos a certeza que o Sporting não tem nada a ver com este caso. Não é um inquérito do foro jurídico, mas sim do foro disciplinar, para termos a certeza que o Sporting está livre de qualquer suspeita. O Sporting sempre teve uma postura, comportamento e valores que eu próprio me orgulho. Foi isso que há doze anos me fez sair do Sporting. Não estou à procura de mais nada a não ser a verdade», acrescentou.
Para o presidente, a marcação de eleições para eleger uma nova direção, não seria uma boa solução para o clube. «Eu próprio se quisesse partir hoje para um processo eleitoral estava a prejudicar o Sporting. Não tenho nenhum interesse pessoal em agarrar-me ao poder. Afinal de contas, estou a ser prejudicado do ponto de vista familiar, do ponto de vista profissional, mas estou aqui para defender o Sporting. Não devemos partir para eleições, mas sim para unidade. Devemos todos dar as mão e estar unidos na próxima assembleia-geral», destacou.
União foi uma das palavras mais repetidas por Godinho Lopes, neste comunicado-vídeo, em que o dirigente também evoca razões desportivas. «O Sporting está presente em três meias-finais, no futebol, no futsal e no andebol, todas elas no mês de abril. É neste momento que temos de estar unidos», insitiu.
(Artigo atualizado)