Godinho Lopes confirma os vários percalços de mercado do Sporting: tentou e não contratou Paulo Henrique, Niculae e Kléber. O presidente, porém, acrescentou à lista a informação de que negociou Milevskiy e Marco Ruben com o D. Kiev, num negócio que envolveria Van Wolfswinkel.
Também esse negócio falou, claro. A conferência começou aliás por aí e Godinho Lopes aproveitou para atribuir o falhanço nos vários processos à «turbulência» em redor do clube, numa altura em que está marcada para daqui a uma semana uma Assembleia Geral que visa destituir a direção.
«Avisámos a Mesa que não devia interferir no mercado de transferências. Ao mesmo tempo que estávamos a fechar contrataçõess, estava Daniel Sampaio a falar em direto da Assembleia Geral. O facto de ter sido criada esta agitação durante janeiro, impediu as contrastações, claro», garantiu.
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Godinho Lopes explicou depois o processo de contratação de um avançado. Além das tentativas que foram públicas, o dirigente garante diz que houve uma que foi mantida «em segredo». «Estávamos a negociar com o Dínamo Kiev o Milevski e o Marco Ruben, por troca com o Wolfswinkel», disse.
«Era um pagamento generoso que envolvia mais que duplicar o investimento. Os jogadores viriam por empréstimo sem o Sporting pagar nada. Esta negociação abortou porque com toda a turbulência o Dínamo entendeu que o Sporting podia estar numa situação financeira difícil e começou a recuar.»
Godinho Lopes historiou depois os outros processos. Paulo Henrique, que chegaria do Trabzonspor: «Coincidiu, no dia em que viria para Portugal, com a demissão do treinador e novo o treinador queria ficar com o jogador. Foi um processo que até levou à demissão do diretor de futebol.»
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Seguiu-se Niculae, o terceiro falhado, que chegaria do Vaslui. «Sabíamos que havia a questão da utilização por dois clubes. Paralelamente aos exames médicos - devo-vos dizer que o Niculae está numa forma física espectacular -, fizemos as respectivas perguntas quer à Federação quer à FIFA.»
«Responderam-nos que desde que a federação romena entendesse que o jogo da Supertaça a 14 de julho era da época anterior, podíamos fazer a contratação, embora não vinculasse a FIFA. Recebemos de parte do Vaslui e da Federação romena a confirmação», acrescentou o presidente.
Ora a perspetiva do Sporting passava por contratar Niculae, diz Godinho Lopes, e tentar perceber se podia utilizá-lo durante esta semana. «Tentámos que o Vaslui aceitasse o jogador de volta se fosse necesário e entenderam que não o deviam fazer. Esta semana seria o tempo para irmos à FIFA.»
«Íamos inscrever o jogador e só o utilizariamos quando estivesse confirmado que podíamos utilizá-lo. Até que, no meio desta confusão, havendo uma Assembleia Geral no dia 9 e tendo de ir à FIFA sem haver uma resposta, não fazia sentido deixarmos o Niculae sem a possibilidade de jogar.»
Por fim, claro, Kléber. «Eçle tinha voo marcado para as 20.45 horas. Estava a caminho do aeroporto quando recebo uma chamada da BMG, que tem 20 por cento do passe do jogador, a dizer que devido à situação no Sporting, queria aval pessoal do presidente. Isso impediu a contratação, claro.»
Ora Godinho Lopes diz que Niculae e Kléber não apareceram por acaso no Sporting, «resultaram de um estudo das necessidades do clube», que desde o início tinha recebido de Jesualdo a informação de que seria necessário contratar um avançado, ou dois se saísse Wolfswinkel, e um lateral-direito.
«Alertámos a Mesa que desde o primeiro dia o Sporting não tem dinheiro. Temos conseguido cumprir todos os finais de meses. As movimentações foram feitas com o beneplácito de Jesualdo e com pena dele acabaram por não ser contratados dois jogadores que estavam fechados», terminou.