Golos portugueses são um dos traços distintivos do FC Porto nesta nova versão de Nuno Espírito Santo. O arranque da Liga 2016/17 mostra o ataque luso mais produtivo em toda a década. Cumprido que está praticamente o primeiro quarto do campeonato, 58,8 por cento dos golos portistas são de portugueses. Aliás, de uma dupla de ataque 100 por cento nacional: André Silva leva já sete golos na sua conta pessoal e é o melhor marcador da Liga, a par do maliano Moussa Marega, emprestado pelo FC Porto ao V. Guimarães, e está bem acompanhado no ataque por Diogo Jota – 19 anos – que fez um hat-trick frente ao Nacional da Madeira.

Apesar da «sociedade» entre os dois jovens – 20 e 19 anos, respetivamente – naturais de Gondomar se ter formado desde esse jogo em que Jota ganhou em definitivo a titularidade, apenas na jornada 7 (!), ambos fizeram 10 dos 17 golos que o FC Porto marcou até ao momento.

Na última década não há registo sequer que se aproxime deste. Considerando a mesma fase do campeonato, ou seja, as primeiras oito jornadas, as percentagens de golos portugueses nas últimas duas épocas, que iniciaram sob comando técnico de Julen Lopetegui, são pouco mais do que residuais: 2 golos em 16 (12,5 %) em 2015/16, apesar do golo de André André decisivo na vitória sobre o Benfica no Dragão (jornada 5), e um golo em 14 (7,1%) em 2014/15.

Em 2013/14, com uma equipa bem mais portuguesa, liderada por Paulo Fonseca, o ataque foi bem mais profícuo para os jogadores nacionais, que à oitava jornada levavam 8 golos em 18 (44,4 %), metade destes apontados por Josué.

O registo foi consideravelmente mais baixo com Vítor Pereira, no arranque dos dois últimos campeonatos ganhos pelos dragões: 4 em 22 golos (18,1%) em 2012/13 e 2 em 22 (9%) em 2011/12.

Na época histórica de Villas-Boas, a quota portuguesa nos golos também não era substancial nos jogos da Liga: 4 em 18 (22,2 %).

Com Jesualdo Ferreira o FC Porto chegou a ter metade dos golos marcados por portugueses no arranque de 2006/07, 8 em 16, mas esse registo não se manteve nas épocas seguintes: 4 em 16 (26,6%) em 2007/08, 2 em 11 (18,1) em 2008/09 e 4 em 18 (22,2%) em 2009/10.

Para encontrar melhor registo de golos portugueses à 8.º jornada da Liga é preciso recuar até 2005/06 e ao FC Porto de Co Adriaanse. No arranque para o primeiro dos títulos do tetra a quota-parte nacional correspondeu a dois terços de toda a produção ofensiva: 8 em 12 golos, com César Peixoto e Hugo Almeida em destaque, com três golos cada. O registo no entanto caiu substancialmente e no final da época baixou para menos de metade: 32,7 por cento; ou seja, 17 em 52 golos.

Agora, em termos de produtividade o FC Porto vive em boa medida do entendimento entre André Silva e Diogo Jota, que apesar da juventude e da titularidade recente começam desde já a ameaçar os registos recentes de jogadores portugueses.

André Silva é já o sexto maior goleador português do FC Porto na Liga na última década e Diogo Jota, apesar de só agora ter entrado na equipa, está já a um golo de entrar no top-10 deste ranking particular.

Considerando o registo de 2006/07 até agora o maior goleador luso é, curiosamente, um jogador que faz parte do plantel dos dragões.

Silvestre Varela soma 33 golos e está destacado na frente, seguido por Ricardo Quaresma (24 golos), num ranking em que nos jogadores do atual plantel aparece ainda o médio-defensivo Danilo Pereira.

Sábado, a partir das 18h15, frente ao V. Setúbal, na 9.ª jornada da Liga, André Silva, Diogo Jota e, porque não, Danilo e até Varela têm pela frente um desafio difícil, mas também a oportunidade de manterem o melhor registo da equipa esta época e aumentarem o seu pecúlio de golos.

GOLOS PORTUGUESES DO FC PORTO NA LIGA (TOP-10):

Silvestre Varela 33

Quaresma 24

Bruno Alves 14

Raul Meireles 13

Hélder Postiga 11

André Silva 8

Rolando 7

Danilo 6

Josué 4

João Moutinho 4

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GOLOS PORTUGUESES DO FC PORTO NA LIGA:

2016/17

À 8.ª jornada: 10 em 17 -» 58,8%

2015/16

À 8.ª jornada: 2 em 16 -» 12,5%

No final: 16 em 66 -» 24,2%

2014/15

À 8.ª jornada: 1 em 14 -» 7,1%

No final: 9 em 73 -» 12,3%

2013/14

À 8.ª jornada: 8 em 18 -» 44,4%

No final: 18 em 53 -» 34%

2012/13

À 8.ª jornada: 4 em 22 -» 18,1%

No final: 7 em 68 -» 10,3%

2011/12

À 8.ª jornada: 2 em 22 -» 9%

No final: 7 em 67 -» 10,4%

2010/11

À 8.ª jornada: 4 em 18 -» 22,2%

No final: 10 em 71 -» 14,1%

2009/10

À 8.ª jornada: 4 em 18 -» 22,2%

No final: 18 em 70 -» 25,7%

2008/09

À 8.ª jornada: 2 em 11 -» 18,1%

No final: 12 em 61 -» 19,6%

2007/08

À 8.ª jornada: 4 em 15 -» 26,6%

No final: 17 em 59 -» 28,8%

2006/07

À 8.ª jornada: 8 em 16 -» 50%

No final: 25 em 62 -» 40,3%