O Japão juntou-se à Holanda no topo da classificação do Grupo E ao bater os Camarões de Etoo (1-0), no Estádio Free State, num jogo tranquilo para o árbitro português Olegário Benquerença. A equipa nipónica, mais paciente, chegou à vantagem no final do primeiro tempo e, depois, recorreu a uma inabalável consistência defensiva para segurar a reacção dos africanos que, pela primeira vez em seis participações, perderam no jogo estreia de uma fase final.

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Os primeiros minutos mostraram, desde logo, dois tipos de futebol bem distintos, apesar da contenção e pouco risco apresentado pelos dois conjuntos. Os Camarões, com Etoo descaído sobre a direita, apostavam num futebol mais directo, com passes em profundidade a causar pouca mossa na defesa nipónica. Os japoneses, por seu lado, procuraram jogar mais de pé para pé, com um futebol lento, a tentar explorar uma falha na defesa africana.

Assistiu-se, assim, a um jogo aborrecido, com poucas oportunidades de golo. O primeiro remate ficou registado já depois dos trinta minutos de jogo, com Eyong a atirar à entrada da área para defesa fácil de Kawashima. Na resposta, o Japão conseguiu imprimir alguma velocidade, com Matsui a escapar pelo flanco direito e a cruzar para o lado contrário onde surgiu Honda destacado a controlar com o pé esquerdo e a tirar com o direito para o golo solitário da partida. Começa a ser um caso: sempre que o avançado do CSKA marca, o Japão vence. Um justo prémio para o futebol mais paciente dos japoneses.

O intervalo chegava, assim, com vantagem nipónica, numa partida muito tranquila para Olegário Benquerença que, na primeira parte, nem teve de recorrer aos cartões que trazia no bolso. Os Camarões procuraram acelerar o jogo no arranque a segunda parte, mas pela frente encontraram um adversário muito aguerrido, na defesa da sua área, sem ceder espaços para as entradas de Etoo, Webo e Choupo Moting. Etoo, a principal referência da equipa, com o veterano Song no banco, jogou demasiado descaído sobre a direita, encostado à linha e não conseguiu dar grande ajuda no choque contra a muralha nipónica.

Paul Le Guen arriscou tudo nos minutos finais, com as entradas de Emana e Idrissou, passando a contar com quatro avançados, mas com pouco efeito. O Japão continuava inflexível no seu último reduto, com destaque para as exibições do «brasileiro» Túlio Nakata e de Nakawaka. O melh0or que os Camarões conseguiram foi um remate inesperado de Mbia que foi devolvido pela trave. Mas o Japão também esteve perto do segundo golo, particularmente, num remate de Hasebe que permitiu a Okazaki atirar ao poste.

Um vitória preciosa para o Japão, num jogo aborrecido e sem casos para Olegário Benquerença que esteve em bom plano.