Se no verão passado elegêssemos Oblak como uma das figuras do Benfica, o leitor ficaria chocado, certo? Compreende-se. Afinal, o esloveno andava a fazer uma birra sobre o contrato e Artur era dono e senhor da baliza encarnada. Parece que foi há tanto tempo...

Entretanto, com Artur na primeira volta e Oblak na segunda, o Benfica sagrou-se pela primeira vez campeão com guarda-redes estrangeiros na baliza. O jovem de apenas 21 anos tornou-se, aliás, um indiscutível naquela que foi assumida como a prioridade por Jorge Jesus - o campeonato. Porquê?

Bem, as qualidades são notórias e serviram de base desde logo à sua contratação, por 3,9 milhões de euros, quando ainda era menor de idade. Tem bons reflexos, sai bem nos cruzamentos e transmite uma segurança que o faz parecer 10 anos mais experiente. Mas vamos mais longe: Oblak dá sorte ao Benfica.

Desde que assumiu a baliza, a equipa nunca perdeu nos jogos da Liga e só sofreu golos em duas partidas. Aliás, do registo do esloveno só consta um empate, com o Gil Vicente, na jornada 17, quando até foi mal batido no golo que deu o 1-1. Uma pequena nódoa que foi antecedida de 363 minutos sem sofrer um golo, aos quais se seguiram mais 456 minutos sem ir buscar a bola ao fundo das redes, até ao jogo com o Nacional, na jornada 23.

Oblak é, portanto, aquilo que faltou ao Benfica nos últimos anos. Depois do terror de Roberto e da instabilidade de Artur, chegou alguém que não faz os adeptos encolherem-se a cada lance de perigo. Chegou alguém que não sofre aquele «frango» que decide um título. Chegou alguém que já não o deixa chocado por estar entre os melhores do novo campeão nacional.