Vários emigrantes portugueses, fervorosos adeptos do V. Guimarães não olharam à distância nem a meios para marcar presença no Estádio do Jamor. Tente convencê-los de que não valeram a pena os quilómetros percorridos e as noites mal dormidas.

Zé Pedro Silva veio de propósito de Manchester para viver de perto as emoções da Taça de Portugal. Nem sequer tinha o bilhete mágico para o jogo, mas não conseguiu sofrer à distância e marcou lugar no autocarro para ele e para o irmão mais novo que o acompanhou desde Manchester.

Conseguiram, à última hora, comprar dois bilhetes tabelados em 15euros pelo preço de 40. Não se arrependem os dois irmãos naturais de Moreira de Cónegos e apenas lamentam a obrigatoriedade de terem de embarcar para Inglaterra imediatamente no dia seguinte. «Se valeu a pena? Isso nem se pergunta. Temos avião amanhã e vamos aproveitar cada minuto que aqui estamos. Já merecíamos esta Taça há muito tempo.»

Da Suíça veio Laurentino Martins Carvalho. Natural de Famalicão, mas radicado em Lousanne Laurentino Martins Carvalho contou ao Maisfutebol que havia estado na última final, e que estará na próxima: «O Vitória para nós é tudo. Já tinha vindo há dois anos, e este ano tinha de vir outra vez. Ainda para mais para conquistar a Taça. Na próxima estarei cá de novo. Não me ia desculpar se o Vitória ganhasse a Taça e eu não estivesse lá para ajudar.»

Associado de longa data, viajou para Portugal na sexta-feira com bilhete garantido pelos familiares. Tal como Zé Pedro, com o regresso ao país onde reside agendado para a manhã desta segunda-feira.

Com uma bandeira em tons de azul, branco e vermelho Alexandre de Barros Pereira carregou consigo as cores do país onde reside atualmente com o símbolo do V. Guimarães cravado em cima. O jovem de 21 anos viajou desde Rouen, cidade próxima de Paris, e é natural de Delães.

O mais novo dos três emigrantes que falaram ao Maisfutebol, e também o mais exuberante, já veio a Portugal sete vezes esta época propositadamente para acompanhar os jogos do seu V. Guimarães. Saiu de Paris na quinta-feira e ruma novamente à capital francesa esta terça-feira.

«Claro que valeu a pena. Para mim vale sempre a pena. Claro que quero sempre que o Vitória ganhe, mas venho sempre ver o Vitória seja a ganhar seja a perder. Há 21 anos que esperava ver o meu Vitória erguer a Taça e nunca mais me vou esquecer do momento em que o árbitro apitou», disse Alexandre de Barros Pereira.

Partem para os países onde estão radicados com a sensação de dever cumprido, apesar da mágoa de ter de partir tão rapidamente sem tempo suficiente para saborear a conquista da Taça. Mas valeu a pena.