A passagem de Diego Armando Maradona pelo Barcelona, entre 1982 e 84, não foi das mais felizes na carreira do argentino, que nesse período conquistou apenas uma Taça do Rei, uma Taça da Liga e uma Supertaça.

Uma hepatite, e uma perna partida por uma entrada brutal do basco Goicoechea, limitaram-lhe as presenças a 58 jogos oficiais, com 38 golos. Mas alguns desses foram puros momentos de génio, como o que assinou há precisamente 30 anos, a 26 de junho de 1983, em pleno Santiago Bernabéu, na primeira mão da final da Taça do Rei.

Com 0-0 ao intervalo, o Barcelona apostava no contra-ataque, ainda mais depois de abrir o marcador aos 50 minutos, por Carrasco. Obrigado a atirar-se para a frente, o Real abriu espaços, e o Barça aproveitou: aos 57 minutos, um passe de Carrasco deixou Maradona isolado, com meio-campo a separá-lo do guarda-redes Agustin.

O tempo pareceu parar enquanto o «Pibe» se aproximou da baliza, tirou Agustín do caminho e, de baliza escancarada, esperou, esperou, esperou. O que dá dimensão eterna a este golo é o desplante de Maradona, a provocar o carrinho desesperado do defesa Juan José que, num lance de desenhos animados, entra na imagem a toda a velocidade, espetando-se contra o poste, com impacto máximo, em sacrifício de uma zona particularmente sensível.

Só então, calmamente, Maradona contornou o adversário e tocou para a baliza deserta, consumando a humilhação. Para a história, o Real Madrid ainda forçou o empate nesse jogo (com golos de Del Bosque e Juanito) mas o Barça levou mesmo a Taça da Liga, vencendo a segunda mão no Camp Nou, por 2-1.

Numa entrevista ao Olé, anos mais tarde, Maradona conta que a reação de Juan José não foi a melhor: «Ele rompió los huevos contra o poste. Depois cruzámo-nos, a meio-campo e eu disse-lhe: desculpa, Juan José. Mas ele disse-me para ir levar no c..., e depois mandou-me à merda», admitiu o astro argentino.

As memórias desse lance, contadas por Juan José ao Maisfutebol

Veja ou reveja a maldade de Maradona a Juan José: