António Oliveira é um daqueles nomes que traz memórias de sorriso no canto da boca aos adeptos do F.C. Porto. Afinal foi ele o treinador da equipa que foi à Luz golear o Benfica por 5-0. Foi em 18 de Setembro de 1996, em jogo da Supertaça, e começava a dar nas vistas um senhor de nome... Jardel.

Ora nas vésperas de uma nova viagem portista a Lisboa, que pode valer a recuperação do título, António Oliveira diz que aquele resultado não é irrepetível. «Eles acontecem», sublinha. «Ainda recentemente o F.C. Porto brindou o Benfica com cinco golos. É verdade que é atípico, mas não é impossível.»

«O F.C. Porto tem capacidade e qualidade para ganhar no Estádio da Luz, se isso for necessário. Ser campeão na Luz é um factor psicológico que tem influência. Mas para além disso o F.C. Porto já é campeão, ainda que matematicamente não o seja. Se não for na Luz, vai ser em Portimão», frisa.

Ora António Oliveira, que sabe o que é vencer com a cor azul na catedral do benfiquismo, garante que há pequenos segredos para repetir o resultado. O primeiro desses segredos, acrescenta, «é uma regra de ouro»: «A regra de ouro é não ter medo de perder», garante. «Começa sempre por aí.»

«Villas-Boas? Já o conhecia e não me surpreende»

«Todos esgrimem argumentos, preparam as equipas de forma rigorosa, mas a verdade é que os resultados desnivelados acontecem porque há uma equipa que desinibidamente e de forma ambiciosa é capaz de provocar uma surpresa na outra, e na forma como ela está estruturada.»

Marcar primeiro é fundamental. «Um golo faz a diferença. Normalmente uma equipa que sofre um golo tem tendência imediata para reagir e por isso cria espaços e situações, fica com a estratégia desmontada, e permite que o adversário faça um segundo golo e parta para resultados dilatados.»

O antigo seleccionador nacional deixa mais um aviso: os jogadores vão entrar na Luz muito motivados. «O F.C. Porto não se deixa intimidar por questões de ambiente ou que se passem fora de campo. Aliás, costuma motivar-se mais quando se sente pressionado de uma forma atípica e injusta.»

Para finalizar, António Oliveira diz que é impossível fazer um prognóstico e recorda que o importante é que se trata de um clássico: como todos os clássicos deve ser uma bela propaganda pelo futebol. «O mais importante é que tudo corra bem dentro e fora de campo, que seja um grande jogo.»