Haven Shepherd tinha apenas 14 meses quando os pais amarram uma bomba à volta de si mesmos e a seguraram nos braços, numa tentativa de suicídio da família, no Vietnam.

Os pais morreram de imediato, a bebé foi atirada contra a porta, com as pernas gravemente feridas.

Os médicos tiveram de lhe amputar as pernas logo abaixo do joelho… mas Haven Shepherd sobreviveu e hoje, aos 18 anos, é nadadora e integra o grupo de 4.400 atletas que competem nos Jogos Paralímpicos.

Meses depois da explosão, Haven Shepherd foi adotada por Shelly e Rob Shepherd, um casal norte-americano que a levou para Carthage, Missouri, nos Estados Unidos, para morar com quatro irmãs mais velhas e dois irmãos.

Haven Shepherd com os pais adotivos em 2018 (AP Photo/Eddie Pells)

«Eu sempre disse, a brincar, aos meus irmãos que sou a criança milagre, a favorita da mãe e do pai», contou numa entrevista à revista People.

«Estou muito grata por me terem salvado. Os meus pais deram-me o mundo», disse ainda, garantindo que não guarda rancor dos pais biológicos. «É uma vida que nunca vivi e não recordo. Só perdi as pernas, podia ter perdido a vida.»

«Há que ver o lado positivo da vida: sei que passei por circunstâncias muito más, mas saí e tive uma segunda oportunidade.»

Haven cresceu nos Estados Unidos, tornou-se nadadora e integra a equipa paralímpica. Em Tóquio compete nos 100 metros costas SB7 e nos 200 estilos SB8. Procura também inspirar outras pessoas e chegou mesmo a desfilar para a Tommy Hilfiger.

«Adoro a oportunidade de mostrar que qualquer pessoa pode fazer literalmente o que quiser.»