O jogador norte-irlandês Kyle Lafferty admitiu, nesta terça-feira, ter estado viciado em jogos de apostas, problema do qual garante estar em recuperação.

«Eu sabia que era contra as regras apostar no futebol, mas quando tu tens um vício só queres ganhar dinheiro. Eu sabia que estava errado, mas fi-lo», contou Lafferty, atualmente no Hearts, da Escócia.

Em julho do ano passado, o antigo jogador de Rangers e Norwich foi acusado de mau comportamento por causa de apostas. Acabou mesmo multado pela Federação Inglesa de Futebol em agosto de 2016, entidade que agradeceu a honestidade do internacional pela Irlanda do Norte.

Já este ano, Lafferty foi um dos sete jogadores dispensados pelo Norwich ainda antes do fim da época e temeu perder espaço para a campanha da Irlanda do Norte rumo ao Mundial 2018.

«A punição podia ter sido muito pior», prosseguiu o jogador de 30 anos, referindo o quão «brilhante» foi o seleccionador Michael O’Neill consigo no meio do processo.

Lafferty lutou vários meses em privado contra o vício, mas tornou-o finalmente público. «Estou pronto para dizer que tenho um vício em jogos», atirou, em entrevista à BBC.

Para esta época, Austin McPhee, treinador do Hearts – o novo clube - foi mais um apoio para Lafferty estar de cabeça limpa em relação ao problema, fazer uma boa época e lutar pela ida ao Mundial de 2018, onde os irlandeses já garantiram um lugar no play-off.

«Sinto-me sortudo por estar no Hearts com tantas pessoas a apoiar-me. Faz-me sentir mais forte», garantiu.

«Estava a apostar em qualquer coisa»

No meio do vício, cavalos, corridas, roletas. Tudo era objeto de aposta para Lafferty. «Apostar no futebol tinha sido banido e as coisas pioraram. Apostei em cavalos. Eu não sabia nada sobre cavalos. Abria a aplicação no meu telefone e ia pela cor da camisa ou pelo nome. Se dá vitória, dá vitória. Se não dá, passa-se para o próximo. Houve momentos em que perdi muito. Não quero entrar em números», continuou o jogador do Hearts.

Ao ter assinado pelo clube escocês, Lafferty iniciou com mais aptidão o processo de recuperação face ao vício das apostas. «Poderia ter ajuda em privado e ninguém saberia. Faço-o publicamente porque quero ser honesto e, se houver outros jogadores viciados, então talvez eu possa falar da minha batalha para os ajudar. Quero mostrar que estou aqui para dar um rumo à minha carreira e à minha vida», referiu, ainda.