Gabriel Heinze foi colega de equipa de Cristiano Ronaldo no Manchester United e tornou-se muito amigo do jogador português. O argentino entretanto mudou-se para o Real Madrid e embora admita que gostava muito de voltar a ser colega de Ronaldo, considera impossível a saída do clube inglês.
«Claro que o contratava, mas penso que é impossível. Se ele continuar a este nível, e conhecendo o Alex Ferguson, penso que é muito difícil que o Real o compre, porque está a viver momentos de glória no Manchester e foi o Ferguson que o descobriu e quem o colocou neste patamar», disse o defesa, em entrevista ao jornal «As».
Heinze frisa que Ronaldo «sempre falou bem do Real», mas que «é normal não querer mudar», uma vez que em Manchester «está a crescer a passos largos». O argentino falou ainda da grande penalidade falhada pelo português em Nou Camp: «A primeira coisa que disse foi que os craques também falham. Falei com ele depois do jogo e estava triste, mas sabe que em Inglaterra vai ser diferente.»
Pragmatismo e sinceridade: herança do pai
Para além das respostas sobre Ronaldo, a entrevista de Gabriel Heinze vale sobretudo pelas respostas sinceras e directas, em concordância com a frontalidade que lhe é conhecida e que o próprio diz ser herança do pai. Quando lhe perguntaram se gostava de comemorar o título frente ao Barcelona, a resposta foi a seguinte: «Não sou adepto do Real, sou do Newells Old Boys. Sou profissional e defendo as cores do Real até à morte, mas isso é para os adeptos.»
Heinze falou ainda de uma aversão à imprensa, que chega ao ponto de passar um ano sem dar entrevistas. «Aconteceu no Manchester, quando me lesionei. Sinto que sou uma pessoa que gostar de estar à margem. Sei que não vendo e por isso não há problema», explicou o jogador, que normalmente prefere falar nas derrotas: «Gosto de dar a cara porque nessas alturas cabe aos jogadores mais velhos dar a cara e explicar o que se passou. Quando se ganha não é preciso explicar nada.»
O pragmatismo de Heinze ficou patente até no momento em que falou do facto de jogar com umas chuteiras completamente pretas, em virtude de não ter contrato com nenhuma marca desportiva. «Tinha um contrato mas acabou e então pintei as chuteiras. Por que vou fazer publicidade a uma marca se não tenho contrato com nenhuma?», questionou.