Quatro jogadores da Naval 1º Maio foram pressionados pelo clube a rescindir os contratos no último dia do mercado. Resistiram, defenderam os seus direitos e, no regresso ao trabalho, viram-lhes negado o acesso ao treino, apurou o Maisfutebol.

Os jogadores em causa são o guarda-redes Vítor Nogueira (guarda-redes) e os defesas Léo Bonfim, João Diogo e Raul. O Sindicado de Jogadores já está a par de tudo, como confirma ao nosso jornal o presidente Joaquim Evangelista.

A Naval 1º Maio, pela voz do dirigente André Dinis Carvalho, nega «em absoluto» as acusações. «Ninguém foi pressionado. Houve uma conversa, apenas isso, para apurarmos se os jogadores estariam na disposição de rescindir com a Naval. Uma conversa normal».

Oito reforços, quatro vagas: um problema

A situação ter-se-á precipitado pelas 19 horas de quinta-feira. Os quatro atletas, pouco utilizados, foram chamados pela direção e convidados a abandonar o clube. Isto, a cinco horas do fecho da janela de transferências. Opuseram-se e o clube terá reagido com ameaças.

A Naval 1º Maio queria inscrever oito atletas e só tinha vagas para quatro. Daí esta forma de atuar, que o Sindicato compara a «um expediente retrógado e ilegal».

Esta sexta-feira, conforme supracitado, os quatro atletas apresentaram-se para treinar e foram, num primeiro momento, impedidos. Só a intervenção do adjunto Carlos Chainho permitiu que os jogadores se equipassem e participassem na sessão, ainda que «com um tratamento diferenciado», explica Joaquim Evangelista.

Enquanto os restantes jogadores treinavam normalmente, Vítor Nogueira, Léo Bonfim, João Diogo e Raul foram colocados a trabalhar num regime diferente. «Isto é inaceitável, um atropelo aos direitos dos atletas. Se o clube não contava com eles, tinha de avisá-los atempadamente», diz o presidente do Sindicato.

O ambiente estava mau e pior ficou depois de uma troca de palavras acalorada entre um dos jogadores visados e o treinador Álvaro Magalhães. A situação só não passou para violência física em face da rápida intervenção de todos os presentes.

A Naval 1º Maio não confirma este cenário. «Fizeram treino específico, é verdade, porque o treinador assim o entendeu. Fazem parte do plantel e assim vão continuar. Se jogam mais ou menos, bem, isso é com o técnico», refere André Dinis Carvalho.

Sindicato exige «rápida normalização»

O Sindicato de Jogadores exige «a normalização» da relação entre o clube e os quatro jogadores mencionados. «Se isso não acontecer imediatamente seremos forçados a reagir com veemência. A partir daí os nossos associados passam a ter justa causa para rescindir».

Resta referir que a Naval inscreveu, perto da hora limite, Pedro Taborda, Pedro Moreira, Marcelo Santiago e Robson Terra. Outros quatro potenciais reforços ficaram de fora da listagem.