Kevin Walker é jogador de futebol e estrela pop, famoso na Suécia por uma coisa e por outra. Enquanto treinava e jogava participou também no programa Ídolos. Foi preciso acertar calendário, inclusivamente mudar as datas de alguns jogos. Mas, à boleia da popularidade como jogador, o médio ganhou mesmo o concurso, em 2013.

Está lançado nessa carreira, se quiser, com contrato assinado com um grande estúdio. Quanto à carreira de jogador, tornou-se agora mais exigente. Walker assinou pelo Djurgardens e vai jogar no principal campeonato sueco.

À primeira vista, o percurso de Walker é parecido com o de qualquer outro candidato a futebolista. Foi um problema de saúde que lhe mudou a vida e lhe abriu a porta para uma segunda carreira alternativa.

Filho de Pat Walker, um antigo jogador irlandês que se casou com uma sueca e se tornou treinador depois de acabar a carreira, Kevin e o irmão, Robert, começaram cedo a jogar futebol. Passaram por vários clubes nas camadas jovens e, aos 18 anos, Kevin assinou pelo AIK, um dos grandes da Suécia.

A ligação ao clube foi longa, mas nunca teve grandes oportunidades em Solna. Foi sucessivamente emprestado e, de caminho, fazendo um caminho nas várias seleções jovens suecas. Depois, chegou a doença. Num estágio dos sub-21, contraiu uma infeção grave, uma septicémia, que o obrigou a parar durante um ano.

Com tempo livre, dedicou-se a tocar guitarra. Uma noite, num casino, subiu ao palco por brincadeira para cantar, ao estilo karaoke. Um dia, o vídeo dessa «atuação» chegou à produção dos Ídolos suecos. Que descobriu ali o potencial da coisa: um jogador de futebol, com ar de menino bonito, tinha tudo para dar certo.

Kevin ouviu a proposta e gostou da ideia. «Viram um clip. Chamaram-me. Não estava a fazer nada e pensei: Porque não? E acabei por ganhar aquilo», contou numa entrevista à televisão irlandesa, que pode ver aqui.





Entretanto, Kevin começou a jogar no GIF Sundsvall, no segundo escalão. Mas não foi isso que o impediu de participar no concurso. Mesmo que para isso a TV4, que detinha igualmente os direitos do campeonato sueco, tenha dado um jeito para ter Walker num lado e no outro.

«Consegui combinar as duas coisas sem faltar a um treino», orgulha-se Walker, para admitir de seguida: «Tive alguma ajuda, arranjaram o planeamento e o calendário. Moveram um ou dois jogos e gravaram um dos espetáculos.»

No concurso, Walker foi um sucesso. «Foi uma loucura. Quando dei por mim estavam a mudar os meus jogos para não colidirem com o programa, estava a cantar no aniversário da princesa e a fazer duetos com Robbie Williams»

Passou as sucessivas fases, chegou à final, em dezembro de 2013, e venceu. Foi assim:




Em campo também correu bem. E, na verdade, ele não só foi a todos os treinos como jogou muito. Fez 27 jogos no campeonato em 2013 e esta época participou em todas as 30 partidas do Sundsvall, que terminou o campeonato em segundo lugar e subiu ao principal escalão do futebol sueco.

Perto do final do contrato, assinou no início deste mês pelo Djurgardens, um dos grandes do futebol sueco. Não é apenas pelo potencial de marketing que representa o nome de Walker, pelo menos a avaliar pelas palavras do treinador Pelle Olsson. «O Kevin é um grande jogador. Tem um papel central para jogar no meio-campo», afirmou o técnico do Djurgardens na apresentação do reforço.

Uma pesquisa no Youtube pelo nome de Kevin Walker deixa claro que, neste momento, as suas aparições televisivas ganham em popularidade aos dotes futebolísticos. Mas, vá, também se encontram imagens suas em ação. Quer dizer, em campo.