Basta! Assim, em tom exclamativo. A paciência da esmagadora maioria dos adeptos do FC Porto esgotou-se. Mesmo em núcleos ligados ao presidente do clube e da SAD; mesmo na maior claque, próxima da cúpula diretiva da instituição.

A derrota humilhante frente ao Tondela incendiou ânimos e cravou uma clara linha de contestação. De um lado a estrutura dirigente, do outro o adepto anónimo. Crise, sim, e... castigo. Mas para quem?

A passada madrugada, sabe o Maisfutebol, foi especialmente agitada. Por volta das quatro horas da manhã, algumas dezenas de fiéis portistas surgiu nas imediações da residência de uma alta figura da SAD, exibiu tarjas onde se lia «Je suis comissionista»  e lançou engenhos pirotécnicos.

Consternação, tristeza, até revolta. Nada, porém, que surpreenda quem esteve no Dragão na passada segunda-feira e tenha visto o próprio Jorge Nuno Pinto da Costa a sair do camarote presidencial - amparado pelo bi bota Fernando Gomes - debaixo de um coro de insultos.

Algo nunca antes visto no reino do FC Porto.

A publicação de documentos relativos a transferências, as comissões e salários desproporcionados pagos a dirigentes e empresários, a péssima temporada da equipa de futebol, o deserto de títulos nos últimos três anos e, quiçá o mais relevante, a ausência de sintomas de retoma estão a provocar o afastamento do público azul e branco. 

Explicações aos sócios e simpatizantes? Não existem. As únicas vozes que se escutam são a do treinador José Peseiro e a do boletim Dragões Diário. Basta navegar pelos blogs de adeptos do FC Porto para se perceber que a estratégia escolhida pela SAD gera, per se, elevado nível de incompreensão. 

É dentro deste quadro penoso que os sócios do FC Porto serão chamados a votar no próximo dia 17 de abril. Pinto da Costa é candidato único e avança, aos 78 anos, para um 14º mandato. O decano presidente dirige os destinos do FC Porto há 34 anos.