De um lado os Alpes, do outro o Reno, no meio um paraíso chamado Liechtenstein. 30 mil almas apaixonadas por futebol e pela seleção que representa o pequeno e orgulhoso Principado no mundo da UEFA. 

Cada resultado positivo é celebrado condignamente. Há canecas generosas de cerveja, queijos de odor exorbitante e cantorias. Foi assim na quarta-feira à noite, depois do empate histórico em casa da Arménia, a seleção-revelação na fase europeia de qualificação para o Mundial. 

A dez minutos do fim, Noah Frick aproveitou uma defesa incompleta do guarda-redes arménio e empurrou o povo do Liechtenstein para uma noite de folia. 1-1 em Erevan, um dos melhores resultados de sempre para a seleção agora treinada por Martin Stocklasa, um antigo central tão duro quanto nobre. 

A festa do Liechtenstein em Erevan (AP)

Frick. O apelido não engana. Noah, 19 anos, é filho do grande Mario Frick. O melhor futebolista de sempre do Liechtenstein, senhor de uma carreira interessantíssima em Itália (Siena e Verona) e na Suíça (Basileia, Zurique e St. Gallen). 

Mario, agora com 47 anos, é o treinador do FC Vaduz e detém o recorde de golos ao serviço do seu país: 16. O recordista de internacionalizações continua a ser o nosso bem conhecido Peter Jehle, guarda-redes do Boavista de 2006 a 2008 e atual secretário-geral da federação: 132. 

Noah marcou à Arménia o segundo golo pelo Liechtenstein e está ainda longe do pai. Mas, perguntarão os leitores, a que propósito aparece o nome de Yannick Noah no título deste artigo? Vamos lá à resposta. 

O antigo tenista francês era o maior ídolo de Mario Frick nos anos 80. Mario não perdia um jogo do gaulês e decidiu batizar os filhos com esses nomes. Yannick e Noah. Sim, é verdade, na seleção do Liechtenstein há ainda outro Frick. 

Noah Frick (à direita) foi o herói na Arménia (AP)

Yanik - sem o «n» e o «c» - também é avançado, tem 23 anos e no jogo da Arménia foi substituído por... Noah. Yanik sofreu um problema muscular, o irmão mais novo entrou e marcou. Isto anda tudo ligado. 

«Estamos muito, muito felizes. Tivemos uma grande semana de futebol e já na Roménia fizemos um bom jogo», diz, ao Maisfutebol, o atual capitão do Liechtenstein, Nicolas Hasler. «Merecemos este ponto e vamos muito motivados para os próximos jogos.»

Yanik e Noah. O mais velho joga na Serie D italiana, no Pont Donnaz, depois de passar pelo Perugia e pelo Livorno. Noah está no SC Bruhl, do terceiro escalão suíço. 

Os Fricks. 

Yanik Frick (à esquerda) frente à Roménia (AP)