Ano após ano conseguimos descobrir episódios que nos fazer rir às gargalhadas e perceber que há sempre algo por inventar neste mundo louco do futebol.

2015 não foi exceção à regra e o nosso Jornal do Incrível teve páginas e páginas repletas de boa disposição, com histórias insólitas e episódios que devem ficar perpetuados na memória coletiva.

Desta vez procuramos enquadrar as notícias em categorias, para dividir águas, mas sentimos algumas dificuldades para catalogar alguns episódios. Curiosamente, entre eles está seguramente um dos melhores de 2015.

Este foi o ano em que o Cucujães anunciou a contratação de André Carrillo! Incrível, sim, com uma vénia para quem aproveitou uma tirada humorística de Bruno de Carvalho. 

Estávamos no início de outubro, a meio do período mais interessante do futebol português. No mês anterior, Vuletich aqueceu para entrar e só nessa altura percebeu que não estava na ficha de jogo do Arouca. No mês seguinte, o Sp. Braga viu as suas chuteiras serem roubadas antes do embate com o Marselha em França.

O nosso país, de qualquer forma, é um pequeno ponto num imenso mundo de casos inacreditáveis. 2015 termina por exemplo com um roupeiro do AC Milan a ser despedido… por roubar equipamentos. E com o Barcelona a ser traído pelo Google Translator, rebatizando Bruma como nevoeiro

Acreditamos que o autor desse erro relativo ao jogador português da Real Sociedad não estava bêbado, ao contrário desta mascote do Áustria de Viena, que deixou uma péssima imagem no relvado

Por falar em imagem. Este foi o ano em que o mundo descobriu um recinto fantástico, com uma linha de comboio a passar ao lado do relvado




Não sabemos se este estádio é propriedade da autarquia, como acontece com em Targu Carbunesti, na Roménia. Por lá, o presidente da Câmara deu-se ao luxo de reservar o estádio para o casamento da sua filha. O que aconteceu à equipa? Teve de fazer o seu jogo a 40 quilómetros da cidade

Diego Costa entre jogadores no centro do furacão

O futebol deve girar em torno dos jogadores. É isso que pensamos quando somos confrontados com polémicas, trocas de palavras, dirigentes a não se limitarem às suas funções. Pois bem, espaço para os jogadores que se colocam no centro do furação, de forma voluntária ou não.

Antes de José Mourinho ser afastado do Chelsea, Diego Costa fez questão de manifestar o desagrado de forma original, atirando um colete na direção do treinador português. Nada como o que aconteceu no dia seguinte, ainda assim, quando um jogador não gostou de ser substituído e decidiu apertar o pescoço ao seu treinador

Estes sabiam perfeitamente o que estavam a fazer. Já os exemplos que se seguem podem ser enquadrados na categoria falta de conhecimento. Este jogador, por exemplo, quis oferecer a sua camisola a um adeptos…esquecendo-se que ainda faltava o prolongamento. Ou seja, teve de a pedir de volta

Em Inglaterra, um jogador rematou a bola para a bancada e acabou por partir o pulso à própria namorada, que por lá se encontrava. Esta, para não o perturbar, disfarçou. Grande prova de amor. 

Marinho e Ibrahima Touré também não sabia. O primeiro só percebeu que iria cumprir castigo em plena conversa com os jornalistas. Saiu-lhe um «que merda», bem genuíno, logo ali. O segundo viu um amarelo inesperado porque decidiu fazer o pino enquanto o jogo estava parado. Só porque sim, porque lhe apeteceu. Os adversários não acharam piada. 




A pena devia ser maior para aqueles que sabem perfeitamente o que estão a fazer. Jason Hart, por exemplo, decidiu ter relações sexuais no banco de suplentes, já de noite, com uma jovem que conheceu após o encontro. Teve azar: foi filmado e despedido. 

Um jogador ucraniano, por outro lado, teria maiores motivos de preocupação para não largar o telemóvel. É isso que parece. Daí, decidiu ficar agarrado ao aparelho enquanto disputava o encontro

A lesão, o buraco, a birra e a sede

Os guarda-redes não escapam a idênticos casos de embaraço. Se o jogador ucraniano estava agarrado ao telemóvel, este guarda-redes decidiu agarrar um recipiente com água enquanto a equipa contrária preparava a marcação de um livre direto. Quando acabou de beber a bola já estava no fundo das suas redes. 

Seria motivo para uma birra? Não sabemos o que aconteceu depois mas Ricardo Jerez defenderia certamente essa postura. O guarda-redes do Alianza Petrolera irritou-se com uma decisão do árbitro e decidiu encostar-se ao poste da baliza, recusando-se a defender uma grande penalidade
. Se a moda pega…

Ricardo Jerez acabou por reconsiderar e até defendeu o castigo máximo sem necessitar de estratégias polémicas como esta que foi apresentada na Bundesliga: um guarda-redes a fazer um buraco na relva para perturbar o remate do adversário. Lamentável. 

Os guarda-redes devem manter-se na baliza durante quase todo o encontro. Por vezes, têm liberdade para sair a jogar com os pés ou saltar de contentamento por um golo da sua equipa. Mas com cuidado, para evitar lesões disparatadas.




Treinador, árbitros e maqueiros em destaque

Marchetti lesionou-se sozinho. Não será o primeiro nem o último. Porém, raros são os casos de jogadores que sofrem lesões devido aos próprios treinadores. Em março ficamos chocados com o vídeo de um técnico russo a agredir um jovem da sua equipa

Miguel Herrera, o conhecido selecionador do México, também entra nesta categoria na sequência de um ataque a um jornalista que lhe custou o emprego. Semanas mais tarde, seria o selecionador da Costa Rica a vestir a pele de agressor, neste caso perante um adepto

Esses treinadores esqueceram os limites e descarregaram frustrações em terceiros. Outros porém conseguem manter a postura e encontrar soluções originais para impor a ordem. O treinador do Banik Ostrava, por exemplo, ficou agastado com os desempenhos recentes e decidiu obrigar os jogadores a trabalhar como jardineiros.

Os treinadores gostam de inovar e recorrem à criatividade para contornar castigos que lhes são impostos. Temos dois belos exemplos: um decidiu alugar uma grua, outro recorreu a um sótão com vista para o relvado

Já que o tema gira em torno de inovações, o que dizer deste árbitro que decidiu interromper uma flash interview para pedir desculpa a um treinador por um erro durante o encontro? Soberbo.

Nem todos os elementos de equipas de arbitragem têm posturas minimamente dignas, ainda assim. Do Chile chegaram-nos imagens incríveis de um árbitro auxiliar a contorcer-se com dores após o remate de um jogador, que viria a ser expulso. Lamentável. 

De facto, no Jornal do Incrível escrevemos sobre os eventos mais hilariantes e inesperados. Na Costa Rica, um narrador não esquecerá o dia em que foi expulso pelo árbitro do encontro. Outro, na China, foi despedido por adormecer durante a transmissão do Real Madrid-Paris Saint-Germain

Essas são histórias paralelas com protagonistas pouco habituais. Em Portugal, por exemplo, seria de todo inédito ver dois maqueiros – seriam mesmo maqueiros? – a empurrar literalmente um jogador para fora do relvado.




No Congo, desta vez de forma involuntária, um jogador também lamentou o desempenho da equipa de assistência médica, depois de ter sido «atropelado» pelo carro-maca.

O que seria do futebol sem os adeptos?

Não podíamos escrever sobre futebol ou imaginar o desporto sem considerar a importância dos adeptos. Eles são a razão de tudo. A cor, a alma, a paixão. Seguem os clubes para todo o lado e cometem diversas loucuras pelo caminho.

Esse sentimento de pertença e sã loucura é evidente no futebol inglês. Imagina outro sítio em que um adepto seja detido por tentar esmurrar uma águia, que por sinal é mascote do Crystal Palace? Ou que outro adepto obrigue a namorada a fazer um teste sobre o seu clube (o Arsenal) para manter a relação?

Esses são claramente exemplos de apoiantes fanáticos, doentes, capazes de tudo. Ashley podia entrar nesta categoria, já que fez 7.400 quilómetros para ver o Oldham Athletic. Porém, é imperdoável a falta de atenção em relação aos pormenores: o jogo que pretendia ver tinha sido adiado.

Não há justiça no mundo do futebol. Este Jornal do Incrível é prova disso mesmo. Ashley atravessou o Oceano Atlântico para ver o seu Oldham e não conseguiu. Já um adepto do Oldham, por outro lado, decidiu ir à casa de banho no intervalo e perdeu toda a segunda parte do jogo. Mas não só. O adepto, que tinha bebido «algumas cervejas» - não terão sido poucas – adormeceu na casa de banho e acordou sete horas mais tarde, com o estádio vazio e as portas fechadas. Mereceu a humilhação que se seguiu
. Foi um ultraje ao futebol.