E no Campeonato do Mundo de todas as emoções, a final mais comum possível. Alemanha-Argentina pela terceira vez, nunca uma final foi tão repetida. Depois da vitória albiceleste em 1986 e da festa alemã em 1990, é uma espécie de desempate particular o que está marcado para domingo, no Maracanã. É também uma final América do Sul-Europa, que pode equilibrar, ou desequilibrar mais um pouco, as contas entre continentes, ao Mundial número 20. Nesta altura está 10-9 para a Europa.

A Argentina chega ao Maracanã depois de 120 minutos de bocejo ( leia a crónica do enviado-especial do Maisfutebol a São Paulo), numa meia-final com a Holanda que também deixou marcos para o futuro, mas pela negativa. Nunca um jogo desta fase do Mundial tinha acabado sem um único golo. Apenas uma meia-final até hoje tinha chegado aos 90 minutos sem golos: em 2006, quando a Itália acabou por vencer a Alemanha por 2-0 no prolongamento.

Esta noite no Arena Corinthians, nada. A Holanda, nomeadamente, chegou ao fim dos 90 minutos sem ter conseguido sequer um remate enquadrado com a baliza.



O primeiro remate dentro do perímetro dos postes da Holanda aconteceu aos 98 minutos, um chuto de Robben de longe, para defesa fácil de Romero.

Uma estratégia ultra-passiva da Laranja de Van Gaal forçou a Argentina a ter mais alguma iniciativa, não muita. Para se ter uma ideia, o mapa de ação de Messi (ao lado do de Robben), mostra como o 10 da Argentina nem sequer chegou a tocar uma bola na área.



Nas bancadas, os adeptos distraíam-se com provocações, para passar o tempo. Brasileiros e argentinos, é eterno. Mesmo que os primeiros tenham acabado de sofrer a maior humilhação da história do futebol, na outra meia-final, com a Alemanha.



Nas redes sociais, os adeptos entediavam-se e faziam piadas



Passaram-se nisto 120 minutos, até que chegaram os penáltis. Desta vez Van Gaal não tirou um coelho da cartola. Depois de ter feito entrar Krul frente à Costa Rica, defendendo que era melhor a defender grandes penalidades, desta vez deixou Cillessen em campo, expondo-o ao que aconteceu. Não se livrou de críticas, que começaram nas redes sociais. O treinador explicou no fim que o plano era mesmo que jogasse Krul, mas não aconteceu porque teve de tirar Van Persie, cansado.



O herói da baliza vestiu azul celeste e branco. Sérgio Romero defendeu os remates de Vlaar, primeiro, depois o de Sneijder. Na Argentina ninguém falhou. 4-2. É a Argentina quem estará no Maracanã, a última humilhação por que o Brasil terá de passar no segundo Mundial que organiza.