Apesar de uma turbulenta carreira ao nível de clubes – quatro nos últimos três anos –, Ryan Babel fixou-se como um dos habituais titulares da seleção holandesa aos 32 anos, tendo bisado na visita da laranja mecânica à Estónia, na segunda-feira. Depois do jogo, o extremo do Galatasaray elogiou o grupo, comparando – e deixando duras críticas – ao grupo com que partilhou o balneário no Mundial 2010, onde foi vice-campeão.
 
«[Na altura] O meu concorrente era o Eljero Elia. Ele também estava bem, mas o que me impressionou mais foi que Van Marwijk [treinador na altura] tinha sempre as mesmas opções. O resto parecia apenas um parceiro de treino na seleção. Não sentia que podia ter uma oportunidade, nem que desse o meu melhor», afirmou aos jornalistas.
 
A Holanda, com um jogo a menos, pode igualar a Alemanha e Irlanda do Norte no topo do grupo C de qualificação para o Euro 2022 e Babel considera o atual grupo de trabalho superior àquele vice-campeão do Mundo há nove anos: «Tinhas a batalha entre os quatro grandes na época», em referência a Sneijder, Robben, Van der Vaart e Van Persie. «Todos eles queriam ser o número um. Por mais estranho que pareça, acho que esta é mais equipa. Acho que não temos egos agora. É mais um todo, não há quem fique de cabeça e ombros acima do outro.»
 
O extremo, que se tem exibido a bom nível ao selecionador Ronald Koeman, recordou ainda o falhanço de Robben na final do Mundial de África do Sul, um lance que podia ter dado o título aos holandeses: «Estava apenas o Robben e o Casillas. Foi quase derrubado. Conhecendo o Arjen, ele normalmente provocava o penalti. Se tivesse feito isso teríamos jogado contra dez homens o resto do jogo e podíamos ter ganho. Talvez não estivesse a pensar do interesse da equipa na época e só quisesse marcar», concluiu Ryan Babel.