O reencontro dos mundialistas de 1989 e 1991 aconteceu nesta quarta-feira, no Jamor, com tão poucos campeões que o jogo previsto entre as duas selecções para assinalar o 20º aniversário da última conquista (30 de Junho) só foi possível com o contributo da equipa de veteranos do Sporting.

Faltaram à homenagem estrelas maiores como Luís Figo, Rui Costa, Jorge Costa, Paulo Sousa ou Fernando Couto, mas esteve presente João Vieira Pinto, o «menino de ouro» das duas gerações sub-20. Tal como não faltaram Abel Silva, Hélio, Filipe, Valido, Paulo Madeira e Amaral da equipa de Riade (1989); enquanto de Lisboa (1991) estiveram Nelson, Tó Ferreira, Abel Xavier, Cao, Luís Miguel, Tulipa, Toni, Gil, João Oliveira Pinto e Peixe.

Com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol sentido apenas na cedência dos equipamentos de Portugal, faltou a divulgação pública que a data pedia. Não chegaram, talvez por isso, a 50 os adeptos nas bancadas do Estádio Nacional, sendo a entrada gratuita.

Toni, avançado ex-FC Porto, agora com 38 anos, marcou o único golo do encontro, ele que recebeu um bilhete de avião para poder estar presente. Há cinco anos que trabalha na construção civil no Luxemburgo, onde acabou por permanecer após duas épocas no RM Hamm Benfica, equipa da primeira liga daquele país.

«É um reencontro bonito, só é pena não estar a moldura humana que a festa merecia. Como campeões do mundo, merecíamos mais. Inicialmente, pensei que era a Federação que organizava a homenagem, mas depois percebi que não», lamentou.

Outro avançado, Gil, da formação do Benfica, foi o dinamizador do reencontro para o qual teve de contribuir do próprio bolso. «Gastei do meu dinheiro para ajudar quem vinha de fora. Quis ter os meus jogadores comigo», explicou quem não conseguiu convencer a Federação a patrocinar mais do que a roupa. «A única explicação, a meu ver, é a situação com o Carlos Queiroz», atirou.

O ex-seleccionador de Portugal e bicampeão do mundo em sub-20 não pôde estar presente por se encontrar no Irão, onde é responsável pela selecção nacional, mas não faltou à chamada o seu adjunto Nelo Vingada. «Não ver aqui a entidade máxima que regula o futebol português é de lamentar», defendeu, ele que foi responsável por reorganizar as equipas nesta tarde.

Já João Vieira Pinto preferiu as boas recordações. «Além dos títulos conquistados, foram as portas que abrimos. Tive a felicidade de aos 17 anos ter estado em Riade. Foi um privilégio. Eram dois grupos diferentes mas com um espírito comum. Em Riade sobressaiu o colectivo, em Lisboa as individualidades, tanto que esta última foi a selecção que mais jogadores exportou», contou.