«Não sabia nada de futebol até conhecê-lo», declarou Pep Guardiola na sua primeira reação depois da morte de Johan Cruijff.

Numa longa entrevista esta manhã à rádio catalã RAC 1, em jeito de homenagem ao malogrado «génio» holandês, o técnico do Bayern de Munique conta alguns episódios com o seu antigo mentor no Barcelona e recorda os seus ensinamentos, que influenciaram decisivamente os seus métodos de treino.

«Não há nada que se possa comparar com o que Johan fez pelo futebol. Ele não precisa de uma estátua. É tão grande que falar-se-á dele sempre por defeito», disse Guardiola, destacando o exemplo de Cruijff, que era «forte com os poderosos e protetor para com os seus, acrescentando ainda a ideia de jogo de Cruijff se reflete em jogadores como o astro argentino Lionel Messi.

«Ele era uma pessoa especial. Dizia-nos que jogávamos mal porque estávamos a correr demasiado. Tudo o que havíamos escutado na nossa carreira, não servia de nada, porque ele explicava ao contrário. Hoje, Messi é o que menos corre em campo... Nesse aspeto, ele é o melhor aluno de Cruijff.»

Guardiola revela ainda que pensa no que faria Cruijff em momentos difíceis, e que isso aconteceu ainda agora na eliminatória de Liga dos Campeões frente à Juventus, quando o Bayern chegou ao minuto 90 eliminado, mas deu a volta e venceu no prolongamento, por 4-2: «Penso muito no que faria Johan, frente à Juventus pensei nisso quando tinha a corda ao pescoço. O seu ponto de vista era sempre especial, era instintivo e guiava-te para que seguisses o teu instinto. Penso muitas vezes «Que faria ele» perante situações complicadas e isso reconforta.»