Ponto prévio: o título é um bocadinho enganador, mas só um bocadinho. Já se sabia que ganharia o Sporting, afinal das contas vestiam as duas equipas com as cores do clube. Mas a verdade é que ganhou a que era mais sportinguista.
 
Ganhou a equipa de veteranos do Sporting.
 
Uma equipa formada por senhores de respeitável idade, que fazem uma média de sessenta jogos por época. Por isso até podiam ter menos bom aspeto do que o adversário, mas tinham também melhor preparação física, mais entrosamento e mais futebol nos pés. Mostram aos miúdos como se fazia.
 
Ora os miúdos, não o eram assim tanto, é verdade: Cadete, João Oliveira Pinto, Chaínho ou Marinho não estão propriamente no início da carreira. Mas pareciam.
 
Foram cilindrados por um adversário que ainda desperdiçou várias oportunidades de golo.
 
Os veteranos venceram a equipa de estrelas por 4-3, portanto, num jogo em que brilhou sobretudo um homem: Pedro Henriques.
 
O árbitro apitou apenas a segunda parte, mas correu mais do que todos os outros, seguramente. Mostrou que está numa forma física invejável.
 
De resto há a destacar o hat-trick de Cadete, ele que não sabe brincar, definitivamente, e o trambolhão de César Mourão, que teve demasiada ousadia, arrancou por ali fora e não conseguiu travar: o princípio da gravidade é lixado.
 
César Mourão entrou de resto ainda na primeira parte e cheio de boas ideias: o humorista percebeu que o problema estava a ser a falta de marcação a Fernando Mendes, que jogava a extremo esquerdo, e caiu em cima dele.
 
O lateral esquerdo, afinal de contas, tinha uma barriga quase tão grande como a dele. Não assustava, assim ao longe. No entanto, e da primeira vez que o antigo lateral arrancou, César Mourão percebeu que não tinha sido boa ideia: dava muito trabalho. Por isso afastou-se logo.
 
Chaínho, de resto, até parecia dos jogadores em melhor forma. Só para se ter uma ideia.
 
Refira-se que o jogo serviu para homenagear quatro grandes figuras do clube: o histórico treinador da formação César Nascimento, mais os antigos jogadores Vítor Damas, Oslvado Silva e Vitorino Bastos.
 
Era suporto contar com velhas glórias do futebol nacional, mas o mais mediáticos falharam: João Pinto, Sá Pinto, Manuel Fernandes, Dani, Dimas, Boa Morte, Beto, Filipe e Nelson. Sobraram Ricardo, Chaínho e Cadete.
 
Paulo Futre também apareceu, é verdade, mas não jogou: nem se equipou.
 
Os cerca de duzentos espetadores não deixaram de mostrar algum desinteresse e alheamento do encontro. Chegaram a gritar por Bruno de Carvalho. O presidente não apareceu, mas foi pedido. Chama-se star quality.
 
No fim sobrou uma espécie de jogo entre amigos de domingo à tarde e a recordação da memória de quatro antigas figuras do Sporting. Os familiares de todas elas, à exceção de Vítor Damas, foram receber uma recordação.
 
Ficha de jogo
 
Estádio de Alvalade
Cerca de 617 espetadores
 
ESTRELAS: Ricardo; Marinho, Rebelo, Portela e Leiria; Chaínho, Joaquim Evangelista e João Oliveira Pinto; Amaral, Cadete e Ricardo Aragão Pinto.
Jogaram ainda: Paulo Santos, Paulo Fernandes, Diogo Valsassina, César Mourão, Mário Jorge e João Sérgio.
Suplentes não utilizados: Eduarda Proença de Carvalho
Treinador: João Barnabé
Golos: Cadete, Cadete e Cadete.
 
VETERANOS: Mário Fonseca; Zé Carlos, Brito, Paiva e Ribas; Virgílio, Luís Loureiro e Mergulhão; Freire, Rosário e Fernandes Mendes.
Jogaram ainda: Kikas, João Luís, Hélder, Mário, Adriano, Vítor, Romeu, Fausto, Pérides, Miguel, Albino, Carlos Xavier, Alberto, Augusto e Éder.
Treinador: Vítor Esmoriz
Golos: Rosário, Luís Loureiro, Fernando Mendes e Luís Loureiro.