«O último cartão», de Jorge Coroado, é um convite a saber o que um árbitro pode passar ao longo da sua carreira. Os «apertos», os «convites», as «propostas», os «erros» revelados pelo ex-árbitro convidam a perder algum tempo com este livro escrito em conjunto com o jornalista Jorge Baptista.
De todas as histórias contadas no livro, e são muitas, Jorge Coroado destaca uma. A célebre «azia» com que o árbitro ficou depois do encontro entre o Desportivo de Chaves e o Sporting (2-2) de 1999. Agora, em livro, Coroado admite ter recorrido «à lei das compensações» para resolver o jogo que até ao fim foi complicado. Tal como conta, o jornalista Valdemar Duarte ligou-lhe no dia seguinte para lhe perguntar como se sentia. «Estou com uma grande azia», respondeu o árbitro então.
Neste livro, Jorge Coroado fala abertamente de erros que cometeu, mas também de decisões acertadas que tomou e que também foram contestadas. Conta ameaças de morte que sofreu, do cachecol do Chelsea que recebeu um dia após a eliminação da equipa inglesa da Taça das Taças. Coroado revela que 1986 foi um ano que nunca esquecerá devido a ter subido à primeira categoria e é precisamente aí que começa a contar «histórias soltas», que mete cheques, mobiliário, e das várias situações que passou com muita GNR à mistura.
Jorge Coroado fala aqui também da «zanga com o Major», quando foi chamado de «ladrão» por Sousa Cintra, ou quando se sentiu «apunhalado pelas costas» e que talvez por isso perdeu a fase final do Mundial 98. São várias histórias, mas Coroado não deixa de falar também da opção porque quis ser árbitro e passou por temas quentes como o Apito Dourado. O ex-árbitro fala das prendas e mordomias, aponta uma solução para a arbitragem e termina esta viagem como existe no futebol actualmente. Como comentador.