O Gil Vicente falhou a ultrapassagem ao Sp. Braga e a ascensão ao 4.º lugar. Os galos parecem ter acusado a pressão de ganhar e tentaram resolver individualmente o que sempre conseguiram com o coletivo. Muito precipitados no passe, demonstrando ansiedade, os barcelenses não conseguiram ultrapassar a boa organização insular.

Por sua vez, o Marítimo mostrou em Barcelos as razões que fizeram a equipa subir na tabela classificativa e continuam com boas prestações fora de portas. Na últimas sete deslocações, só perderam na Luz, no Dragão e empataram hoje. Assim, os gilistas igualaram os bracarenses no número de pontos e ficam à espera para ver o que fazem frente ao Portimonense. Os madeirenses permanecem na 8.ª posição.

Jogo vivo

Com o sonho europeu bem vivo, o Gil Vicente subia ao relvado apostado em dar continuidade à série de 11 jogos sem perder na I Liga. Embalados pelo triunfo em Braga, que os deixou a um ponto do 4.º lugar, os barcelenses contavam com forte apoio nas bancadas. Ricardo Soares pediu estádio cheio e os adeptos responderam em grande número (7.216) – e cerca de uma centena era madeirense.

O jogo começou animado em Barcelos. As duas equipas entraram em campo a jogar o jogo pelo jogo e apostadas em ganhar. Ricardo Soares fez regressar Zé Carlos ao onze – ficou de fora na partida anterior por ser emprestado pelos guerreiros – e saiu Hackman. Já Vasco Seabra lançou Pelágio e Miguel Sousa e fez descansar Xadas e Stefano Beltrane.

O Marítimo entrou bem, a pressionar alto e não deixando os gilistas saírem para o ataque. Aos poucos, a turma barcelense foi soltando as amarras e começou a chegar perto da baliza madeirense, que também não parou de tentar chegar ao golo. Samuel Lino, em boa posição, rematou por cima. Na resposta, Joel Tagueu ainda colocou o esférico no fundo das redes, mas estava em fora de jogo.

Num jogo de parada e resposta, acabou mesmo por ser a turma insular a abrir o placard. Cruzamento milimétrico de Guitane para a cabeça de Tagueu, que atirou a contar. Os galos acordaram e, embalados pelos adeptos, foram em busca do empate. E conseguiram! Alertado pelo VAR, o árbitro foi ver as imagens e viu mão de Cláudio Winck na área. Samuel Lino, chamado à conversão, viu Paulo Victor negar o golo, mas, na recarga, o brasileiro marcou mesmo.

Mais Gil Vicente

O descanso fez bem aos gilistas, que entraram com tudo no segundo tempo. Leautey deu o primeiro aviso pela direita e Navarro deixou as mãos de Paulo Victor quentes. Seabra não gostou da entrada da equipa e resfriou o ânimo dos galos com a entrada de Bruno Xadas e Henrique. Respondeu o técnico gilista, lançando em jogo Aburjania e Calero.

O jogo ficou mais equilibrado e as balizas mais longe das duas equipas. Ainda assim, aqui e ali as equipas tentavam molhar a sopa. O Gil Vicente era a formação que mais tentava chegar ao golo, quase sempre de meia distância. Com o jogo a caminhar a passos largos para o fim, os barcelenses tentavam resolver individualmente o que não conseguiam com o coletivo.

Os adeptos barcelenses bem puxavam pela equipa nas bancadas e já no período de compensação quase que tinham motivos para festejar. Samuel Lino pegou no esférico na esquerda, puxou para o meio, deixou dois adversários para trás e rematou para excelente defesa de Paulo Victor. Foi a última e derradeira oportunidade do jogo. A divisão de pontos era inevitável.