Análise ao PSG feita pelo Maisfutebol antes do jogo

O onze-base dos franceses e as alternativas

À procura de pontos fracos no PSG


O Benfica saiu de Paris derrotado de forma clara, na segunda jornada da Liga dos Campeões, e sem perceber o truque do adversário. «Ibracadabra» foi a palavra-chave que a equipa portuguesa não conseguiu soletrar, ao longo de noventa minutos sofríveis.

É verdade que dois dos golos do PSG nascem de lances de bolas paradas, mas no duelo tático foi a movimentação de Zlatan Ibrahimovic que mais desequilibrou, sobretudo na primeira meia hora. O internacional sueco repetiu inúmeras vezes um movimento típico, sem que o Benfica tenha conseguido encontrar o antídoto. Ao recuar no terreno para procurar jogo deu superioridade à equipa da casa no meio-campo, para depois encarar o último terço do campo.

O Benfica procurou defender em 1x2 na zona central do meio-campo. Fejsa mais atrás, depois Matic ligeiramente à esquerda e Djuricic, uma das novidades do «onze», descaído à direita. A ideia era encaixar no tridente Motta-Verratti-Matuidi, mas sem sucesso.

Sem uma referência para marcar, Fejsa ficou perdido. Procurou subir no terreno para encostar num adversário, mas com isso deixou um enorme buraco à frente dos centrais, que Ibrahimovic explorou com a inteligência habitual.

Djuricic viu-se obrigado a um sacrifício defensivo que não conseguiu honrar. Muitas vezes teve de marcar Matuidi, que tem o hábito de arrancar em velocidade para receber a bola em zonas adiantadas. O sérvio do Benfica ficava na dúvida se acompanhava o movimento ou não, e quase nunca o fazia. Em condições normais nem era suposto acompanhar, na verdade. Não faz sentido que o médio ofensivo acompanhe alguém até à área contrária. Se a equipa estiver bem posicionada, isso não será necessário. Mas os jogadores do Benfica optaram sempre por olhar para os adversários, e não para os terrenos que pisavam.

Só perto do final da primeira parte é que o Benfica começou a acertar. Melhorou com a entrada de André Gomes, que rendeu o lesionado Fejsa aos 28 minutos. Matic passou a ser o médio mais recuado, e com a ajuda do português conseguiu equilibrar um pouco a balança. Também os centrais começaram a acompanhar a movimentação de Ibrahimovic, mesmo com o risco que isso acarreta. Mas embora o Benfica nunca tenha conseguido superiorizar-se na zona nuclear do campo, ao menos percebeu que era preferível preocupar-se com o raio de ação de Ibrahimovic do que tentar incomodar Verratti, Motta e Matuidi em zonas recuadas.

A substituição de Jesus ao intervalo também deu mais uma ajuda. A entrada de Markovic para o lugar de Djuricic empurrou Enzo Pérez para zona central, junto de Matic e André Gomes. Estes três jogadores souberam dividir bem o campo, de forma a ocupar as zonas importante.

Verdade seja dita, o PSG também abrandou o ritmo. E depois saiu Verratti, para a entrada de Rabiot, um jogador muito talentoso mas de características distintas. Aqui o jogo já estava decidido, mas na fase inicial a estratégia do Benfica não esteve à altura.

O estranho é que Jesus tenha dito, no final do jogo, que o movimento de Ibrahimovic não tenha sido muito visto nos jogos analisados. É que o sueco faz isto desde que chegou a Paris (já para não falar nos clubes anteriores). Atente ao que se escreveu na análise que o Maisfutebol fez o PSG na época passada, antes do duelo com o FC Porto: «Todos os ataques do clube francês passam pelos pés do sueco, que recua muitas vezes no terreno para segurar jogo entre a linha intermédia e a defesa, e depois procurar uma tabela ou isolar um colega (imagem B).»