Vários clubes da II Divisão contestam o modelo actual da competição, da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol (F.P.F).
O Olivais e Moscavide é um dos principais contestatários. A equipa dos arredores de Lisboa perdeu apenas um jogo em toda a época, e acabou por não conseguir a subida de divisão, perdendo a final do «playoff» para o Sporting da Covilhã, no desempate por grandes penalidades. «Fizemos 89 pontos no conjunto de todos os jogos, em qualquer parte da Europa, quem faz este percurso, tem de subir de divisão», disse José Caldeira, presidente do Olivais e Moscavide, à Agência Lusa.
Luís Albuquerque, presidente do Fátima, despromovido à II Divisão, define o formato como «a injustiça das injustiças». «O Fátima sempre defendeu a existência de três séries, nunca as quatro», acrescentou o dirigente.
Rodrigo Santos, presidente do Sp. Espinho, diz que o modelo «é absurdo» e «não é viável economicamente», especialmente devido às inúmeras deslocações às regiões autónomas.
Outro clube que se considera prejudicado é o Louletano, uma vez que «esteve a um ponto de discutir a subida e acabou por descer de divisão», explicou António do Adro. «Nunca concordámos com as poules, não foi por ter descido. Não conheço ninguém favorável a isto, assim a verdade desportiva não está salvaguardada», disse o líder do emblema algarvio, que recordou que só a associação de futebol daquela região votou contra o actual modelo.
Situação idêntica aconteceu com o Leça, que terminou a fase regular na 10ª posição e foi depois despromovido à III Divisão. «Este modelo competitivo é o pior que existe, só em países do terceiro mundo é que se organiza um campeonato com 56 clubes, em que 18 descem e só dois sobem, depois de vários realizarem investimentos brutais», defendeu Fernando Monteiro, dirigente do clube nortenho.