A situação é fácil de explicar. Em janeiro, João Alves assinou um contrato com o Cova da Piedade válido por meio ano, automaticamente renovado por uma época se a equipa de Almada ficasse na II Liga. Ora, como se sabe, o Cova da Piedade desceu ao Campeonato de Portugal e, por isso, contratou outro treinador: António Pereira. 

Entretanto, a justiça desportiva entrou em campo e o Cova da Piedade foi um dos beneficiados com os acertos. Afinal, o clube da margem sul do Tejo vai ficar mesmo na II Liga. Perante essa manutenção no segundo escalão à posteriori, João Alves entendeu que o contrato até ao fim de 2021 continuava válido e, por isso, apresentou-se ao trabalho no dia 1 do Cova. 

«Apresentei-me, porque era a minha obrigação. Quando temos contratos assinados, temos responsabilidades, por isso fui saber o ponto da situação e fiquei a saber que o Cova da Piedade já tem outro treinador contratado, como já era, aliás, do conhecimento público», afirmou o Luvas Pretas. 

O Cova da Piedade tem, assim, contratos aparentemente em vigor com dois ténicos: João Alves e António Pereira. «Isto não tem nada a ver com o António Pereira, de quem, aliás, sou amigo há mais de 30 anos. Só quero que as coisas se clarifiquem. Não posso impedir o Cova da Piedade de contratar o treinador ‘A, B ou C’, mas obviamente tenho de defender não só os meus interesses, como, sobretudo, as responsabilidades que assumi quando assinei o contrato.»

João Alves entregou o processo à sua advogada e fica a aguardar pela decisão da direção da SAD do Cova da Piedade.