O Cova da Piedade não compareceu ao jogo com o Estoril, depois de a Liga não ter aceitado o adiamento do jogo da II Liga, devido a um surto de covid19 na equipa da margem sul do Tejo. A ausência deve resultar em perda do jogo por falta de comparência.

O diretor-geral do clube, Edgar Rodrigues, contou à Sport TV + a cronologia dos acontecimentos.

«No início da semana, depois do jogo do Leixões, houve jogadores que foram testados, porque tinham sintomas. Desses jogadores em sete, seis testaram positivo. Parámos de treinar e foi todo o plantel submetido aos testes e a delegada de saúde referiu que não podiamos fazer qualquer treino. Fizemos os testes e temos 15 jogadores, com treinadro principal, adjunto e técnico de equipamentos. Tínhamos nove jogadores que estavam negativos, ou possivelmente negativos e dois inconclusivos. Destes dois, um deles tinha 39 de febre e está em casa. A partir daí começámos a falar com a Liga para saber como podíamos resolver isto. Não houve solução. Dos disponíveis, um não está inscrito e o outro está lesionado. A delegada de saúde fez um relatório em que diz que o Cova da Piedade não tem condições para ir a jogo por isto, sob pena de cometer um crime. Não posso sair de casa com esses jogadores. Como iríamos jogar?», interrogou.

Colocado perante o que sucedeu com o Sporting-Gil Vicente, encontro do primeiro escalão que foi adiado na altura e que foi dusptado na última quarta-feira, o dirigente disse.

«O Sporting tem o privilégio de ter 58 jogadores inscritos, o Gil Vicente tem 33. Esse jogo foi adiado, porque a Liga fez tudo o que pôde e o que não pôde para adiar o jogo! A II Liga tem um limite de 30 jogadores inscritos, nós temos 28, portanto, a Liga que não atire areia para os olhos das pessoas! Quantos tínhamos de ter inscritos para ir ao jogo de hoje? Íamos com sete? Vamos infetar os do Estoril? A delegada de saúde decidiu que tinha de colocar os jogadores em confinamento.Como vou desobedecer à DGS e apresentar equipa?», continuou o dirigente.

Edgar Rodrigues afirmou depois: «Vamos para tribunal até às últimas instâncias, o que está a suceder é passar por cima de valores. Eu prefiro perder três pontos do que alguém perder a vida.»

Ora, antes, a diretora de competições da Liga, Helena Pires, disse à Lusa que «o pedido de ausência justificada do Cova da Piedade não tem cabimento regulamentar» e o que o clube não solicitou adiamento.

«O pedido de ausência justificada do Cova da Piedade não tem cabimento regulamentar», disse hoje à agência Lusa a diretora de competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Helena Pires, acrescentando que o clube não solicitou o adiamento do encontro, previsto para as 18:30.

Escreve a Lusa que, de acordo com a dirigente, a Liga dispõe da informação da Delegada de Saúde de Almada e Seixal, Lina María Hernánez, de que toda a equipa do Cova da Piedade está em isolamento profilático, mesmo sem que todos os jogadores estejam infetados.

«Este não é o procedimento protocolado, e que levou ao não adiamento de outros jogos. Este é um caso diferente, em que a Liga, neste momento, ainda não sabe o que vai acontecer. Sabemos que três horas antes do jogo o Cova da Piedade tinha de entregar os atestados de aptidão médica dos jogadores e não o fez», concluiu.

Na Amoreira, Estoril e equipa de arbitragem apresentaram-se. O Cova da Piedade não, o que pode consagrar uma falta de comparência, depois de visitado e árbitros terem esperado a meia hora regulamentar.

A confirma-se esta última ideia, este seria o primeiro jogo do futebol profissional português em que uma equipa perderia um jogo por falta de comparência tendo por base um surto de covid19.