A Autoridade de Saúde do ACES Alto Tâmega e Barroso tomou conhecimento de que o plantel e a equipa técnica do Desp. Chaves tinha participado num jantar convívio apenas às 18h34 deste sábado, a menos de hora e meia do arranque previsto do jogo entre os flavienses e o Feirense.

A informação consta de um comunicado enviado pela Administração Regional de Saúde do Norte, que detalha a cronologia dos acontecimentos deste que a 10 de setembro foi detetado um caso positivo de covid-19 num jogador do Desportivo de Chaves.

Na mesma nota é referido que, após o caso, foram desencadeados os mecanismos inerentes à intervenção de saúde pública: investigação epidemiológica, através da identificação dos contactos, avaliação do risco da exposição e a aplicação de medidas de saúde públicas que fossem adequadas em função da avaliação do caso.

No dia seguinte, sexta-feira, ao abrigo do plano de testagem pré-jogo, a menos de 48 horas do Feirense-Desp. Chaves, foram identificados mais três casos, de um jogador e dois elementos da equipa técnica.

Só horas mais tarde, às 18h34, é que a Autoridade de Saúde Local foi informada da existência do referido jantar convívio organizado pelo Desp. Chaves dias antes e, sublinha-se no mesmo comunicado, «em pleno período de infecciosidade dos casos confirmados identificados».

«Em articulação, as Autoridades de Saúde Local, Regional e Nacional decidiram pela determinação de medidas cautelares que inviabilizavam a participação do referido clube no jogo do campeonato de futebol. Esta decisão foi comunicada ao responsável médico do Grupo Desportivo de Chaves, pelas 19 horas desse mesmo dia», lê-se ainda.

À Sinal TV, canal de televisão regional da cidade de Chaves, o delegado da Unidade de Saúde Pública (USP) do Alto Tâmega e Barroso mostrou-se perplexo com o facto de os dois clubes e a Liga terem agido «como se nada fosse» depois de terem sido informados de que o jogo não poderia realizar-se.

«Recebi a informação às 19h00 de que o Chaves já teria sido avisado. Estávamos com uma margem temporal restrita, optámos por fazer este primeiro contacto telefónico, informando da situação, sabendo que posteriormente seria enviada a confirmação oficial por escrito. Aquilo que não esperávamos de todo é que da parte dos clubes e da Liga prosseguissem com tudo como se nada fosse, ignorando a informação que já era final, apesar de ainda não ser oficial, de que o jogo não teria condições para se realizar», afirmou Gustavo Martins-Coelho.

(artigo atualizado às 22h10)