O Desp. Aves-Leixões terminou de forma insólita com três expulsões nos descontos para a equipa matosinhense, que para levar um ponto teve de salvar nos momentos finais da partida uma grande penalidade, defendida pelo… lateral-direito!

André Teixeira foi o herói improvável num jogo com um final frenético ao substituir na baliza o guarda-redes Assis, que viu um cartão vermelho, defendendo a grande penalidade que segurou o empate a um golo.

Ao Maisfutebol, o lateral leixonense conta o episódio inusitado que marcou a 10.ª jornada da II Liga.

«O Assis foi expulso em cima dos 90 minutos e não estava nada combinado sobre que jogador de campo o poderia substituir. Decidi no momento. O Fatay [avançado nigeriano do Leixões] já tinha as luvas calçadas para ir para a baliza, quando eu pedi ao mister [Filipe Coelho] autorização para ir eu. O livre que se seguiu bateu na barreira e no ressalto o jogador do Aves entra na área e cai. A mim pareceu-me que o Silvério [defesa-central do Leixões] tocou primeiro na bola, mas o árbitro expulsou-o e marcou penálti…», recorda André Teixeira, que teve de se preparar para defender o castigo máximo e assim impedir a derrota da sua equipa na Vila das Aves.

E não é que defendeu mesmo!

Com uma ajuda preciosa, confessa: «Estava confiante de que ia defender. Após a expulsão, o Silvério ficou por uns momentos atrás da baliza. O jogador do Aves que veio cobrar [o defesa-central João Pedro] jogou na época passada com ele no Famalicão, pelo que perguntei-lhe para que lado ele costumava bater. Diz-me o Silvério: ‘Normalmente, é para a direita do guarda-redes…’ Atirei-me para a minha direita e defendi!»

A intervenção valeu um ponto e um monte de felicitações no final da partida ao defesa de 23 anos formado no FC Porto, que depois de se vincular ao Belenenses em 2012/13 esteve emprestado a Leixões, Trofense e Mafra, antes de se vincular em definitivo à equipa de Matosinhos esta época.

«Estou a receber muitas mensagens de familiares e amigos. Afinal, não é todos os dias e em qualquer campo que acontece isto de um jogador de campo defender uma grande penalidade, sobretudo no momento em que foi. É um momento para recordar, mas espero que não volte a ser preciso voltar a ir para a baliza num jogo», declara.

Não deixa ainda assim de ser curiosa a forma como André Teixeira prontamente se ofereceu para a ir para a baliza.

Costuma de nos treinos, pontualmente, fazer de guarda-redes? Perguntamos-lhe. A resposta vem com risos à mistura: «Uma vez nos juniores do FC Porto resolvi ir para a baliza, mas nunca mais quis repetir a experiência. Porquê? Dei cabo de uma clavícula…»